TrappinHell: o novo inferno de trap da Zona Centro

A “primeira festa apenas de trap da Zona Centro” juntou Lon3r Johny e SippinPurpp a um núcleo duro de novos rappers. A noite da Figueira só terminou de manhã, com casa esgotada para assistir e tornar a primeira edição da TrappinHell um autêntico inferno de moshpits trap. Por Bruno Fidalgo de Sousa |

“O conceito foi mesmo criar a primeira festa apenas de trap da zona centro, não ser apenas um artista de hip hop e depois voltarmos para as brasileiradas clássicas das discotecas”, explica Guilherme Simplício, um dos organizadores. Com o objetivo de “agitar a cidade” e de dar visibilidade ao talento emergente do centro do país, “dando a oportunidade ao Ned de Leiria, ao holympo de Cantanhede, ao Seco de Oliveira, ao Mendez, ao Cvos e ao Ameal da Figueira e ao Heartless de Coimbra”  para atuar durante os sets, exclusivamente de trap, de Mendez e Trillseco, a noite foi incansável. Para este último, “o grande objetivo é cultivar a cultura desta vertente do hip hop”.

Contudo, não foram os mosh ao som de “Molly” ou “Ghost Ride” que levaram o destaque da noite, mas sim o showcase improvisado que a recém-criada Andamento Records (label da qual são os dois DJ’s e alguns dos nomes citados por Guilherme membros integrantes) deixou em palco e que puxou o público para os dois concertos que viriam a infernizar o NB: Lon3r Johny e SippinPurpp.

Com Ice Burz e Trillseco no comando da emissão, o trapper lisboeta deixou a sua “Vampire Bite” no público. “Eu vou morrer novo” foi uma das mantras evocadas freneticamente pelos fãs do artista em “My Life”, prova de que Lon3r está, de facto, “alone by choice” enquanto viaja por Goth Lullaby entre cigarros e fumo. O encore da última faixa do EP, editado no início deste ano, terminou o concerto que depressa viu SippinPurpp subir ao palco ao som de “Dr. Bayard”. “PurppSeason”, “No meu copo” e “Avião foram as faixas que o rapper aveirense levou no (ainda) escasso portefólio, ao qual acrescentou ainda um exclusivo que deixou a Figueira a desejar “ouro no pescoço”.

Guilherme Simplício acrescenta ainda que “o feedback foi excelente, conseguimos ter casa cheia e não entrou muita mais gente porque a casa não permitiu.” Para já, o novo objetivo é repetir a fórmula de sucesso da primeira TrappinHell com o trap como género musical exclusivo: “eu e a minha equipa não queremos ser iguais ao que outrora criticámos”.

Fotografia de Bruno Fidalgo de Sousa e Afonso Vazão