Hip Hop Rádio

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Zee Festival: Hip-Hop de volta a Gaia

Arranca hoje mais uma edição do Zee Festival. Entre este sábado e domingo, líderes do streaming nacional como Wet Bed Gang e Profjam prometem aquecer a Praia de Arcozelo.

O festival que vai já na segunda edição, mistura vários estilos de música, mas promete destacar o Rap e Trap nacional.

A grande missão do evento é, no entanto, a consciencialização ambiental. Entre as medidas de sensibilização estão a ”ativação do lixo à Arte” e o ”minuto verde”.

No campo do Hip Hop, Gaia vai contar com o conterrâneo Mundo Segundo, acompanhado por Sam The Kid, Jimmy P, Wet Bed Gang e Profjam.

Mais informações sobre o festival e a bilheteira aqui.

Apresentação de #ffffff: 1500 pessoas viveram as cores de Profjam

Depois de esgotar o Hardclub, Profjam repetiu o feito e esgotou o Capitólio semanas antes da data marcada. O resumo da noite por Daniel Pereira.

Data única em Lisboa. Ao contrário do que aconteceu no Porto, não houve dose dupla na capital para pena de, temos a certeza, muitos fãs que não tiveram oportunidade de comprar bilhete.

Quando chegámos à sala, o ambiente sentido corroborava o que disse anteriormente, estava prestes a acontecer algo muito especial e exclusivo.

Luzes em baixo e de repente uma voz dá a entender que Mário Cotrim está prestes a entrar em palco. Mais precisamente, “the professor” foi a expressão utilizada.

Acompanhado por Mike El Nite e Gui Drums, Profjam optou por “À Palavra” para iniciar o concerto. Escolha óbvio tendo em conta que esta é a primeira faixa da tracklist de #ffffff . Um início seguro que ganhou mais força com o tema que se seguiu: “Queq Queres” meteu todos a cuspir bué. Era noite de apresentação de álbum novo mas os trabalhos passados não foram esquecidos nem por Profjam nem pelo público.

Voltando a #ffffff, “Na minha” e “Na zona” foram as faixas que se seguiram, esta última roubando os primeiros passos de dança.

Profjam decidiu depois “Matar o Game” e agora era tempo para um “momento Xamã”, segundo palavras Mike El Nite que a seguir daria lugar a “Caveira”.

“Gwapo” trouxe a palco Yuzi num dos temas mais celebrados da noite… até então, pois o seguinte foi “Mortalhas” e instalou-se um autêntico riot.

Luzes baixam, Profjam sai de palco mas não é o final de concerto, apenas um interlúdio. “Todas as cores vivem dentro do ar” e todos tiveram uma pausa para recuperar o fôlego, incluindo Mário, que bem precisava, pois o que se seguia requeria descanso prévio.

Hino é a faixa de #ffffff mais rica em termos de lírica e é bom ver o quão bem funciona ao vivo, mesmo que Profjam seja o único da sala que consiga debitar todas as dicas.

Depois de Hino, seguiu-se mais um hino em plena ascensão. “À Vontade” trouxe a palco Fínix MG que, juntamente com Profjam, puseram todo o Capitólio a cantar o refrão. Faixa dedicada aos pais de Prof (a mãe estava presente) neste que foi um dos momentos mais bonitos do concerto.

Seguiu-se o hit “Eu Tou Bem” e com ele veio o momento mais inesperado da noite. Lhast atuou pela primeira vez ao vivo sem ser atrás dos pratos. O Refrão pertence-lhe e esteve bastante seguro numa tarefa que não lhe é habitual.

Nesta altura Mike El Nite dizia que “Este álbum elevou a fasquia no Hip-Hop Tuga”. Perante isto podíamos ir além-fronteiras e então fomos. “Malibú” é uma música capaz de meter qualquer club ao rubro e no Capitólio a vibe não foi diferente.

Numa fase final de concerto o primeiro single de #ffffff claramente não podia ficar de fora. “Água De Côco” deixou todos em apoteose e “Se calhar” finalizou, com todos a questionar o que vai na cabeça do líder da Think Music para fazer música tão boa.

“Eu nunca soube
Não posso ajudar
Vivo no sonho
Até alguém me acordar”

A realidade é que ninguém quer acordar Profjam, queremos todos continuar a sonhar com ele.

Fotogaleria por Alicia Gomes aqui.

Hard Club: o “Malibu” de Portugal

Não #FFFFFFaltou nada: os putos malucos da cabeça foram suficientes.

Resumidos às 4 paredes da sala 1 do Hard Club foi numa festa privada que a paranóia de todos os presentes veio ao de cima como uma trip espiritual.
O game estava longe de ser morto, mas o roupeiro já estava limpo e só faltava o G.G.O.A.T (com double G) fazer magia.

Há expressões corporais que falam por si e sem dúvida que a do Super Mário é uma delas: o à vontade e a dicotomia da atitude (preponderante mas nada desumilde) faz de ti o xamã mais respeitado desta profecia.
Submerso num oceano de sinestesia, o publico estava em êxtase à espera do Hino que tu és.. Se houve algo que se esperou no dia 15 de Março de 2019 foi sem dúvida a tua entrada. E lá entraste tu: todas as cores viviam na tua roupa branca que contrastavam com os teus típicos óculos pretos. Haverá melhor reflexo da tua personalidade? Se calhar sim, mas se calhar não.

“Esta é para os putos do porto que é onde me sinto em casa”

A tua casa será para sempre a nossa galáxia favorita, onde nós estamos na nossa, onde nós estamos bem.

Com o terceiro olho bem aberto, a team fez o Gwapo. Mike EL Nite, Yuzi e Fénix tiveram presentes para serem cúmplices da emoção com que o nosso Espectro, ProfJam, vive a música.

Nunca uma água de coco soube tão bem como naquela noite tão quente e energética, nunca uma t-shirt oferecida por alguém do público fez tão sentido. Queq queremos? Pacotes de mortalhas no bolso para só para por o rap na mortalha. O resto vem por acréscimo.

Não és puro, és misturado e é por isso que… Se um puto brilha, esse puto és tu.

Foto-galeria, por Ana Rita Félix, para ver aqui.

Artigo por Rita Carvalho.

“À Vontade” ganha cor

Recente tema de ProfJam com Finix MG e Lhast ganha videoclipe. #FFFFFF já disponível em todas as plataformas.

Depois de Mário Cotrim disponibilizar o seu mais recente álbum sem aviso, avança agora com o suporte em vídeo de “À Vontade”. Realização com assinatura de André Costa Santos.

Álbum tem apresentação marcada para os dias 15 e 16 de Março, no Hard Club, na cidade do Porto.

GuiaHHR: 17 faixas que marcaram fevereiro

Todos os meses, o Guia Hip-Hop Rádio debruça-se sobre os álbuns, faixas ou temas atuais do movimento no mês em questão. Se, em janeiro, analisámos os álbuns por lançar este ano e entrevistámos os seus criadores, em fevereiro, no culminar dos seus curtos 28 dias, destacamos as dezassete faixas que marcaram o mês, desde “Bom Lugar”, nascida nas OHME Sessions de Puro L, a “Torre Eiffel”, de Harold. Um ensaio de Bruno Fidalgo de Sousa.

No primeiro dia de fevereiro, o MC portuense Puro L divulgou a segunda sessão das suas OHME Sessions. 

Depois de “Quem Me Dera”, a solo, une-se a Zim, novamente com um instrumental de The Plan Beats, neste “Bom lugar”.

“Às vezes tenho fome, é aliciante o come back/ mas já não me identifico sequer com esse leque/ já não quero ser rico só quero que o mic rec

“Mais Do Que Pele” é o segundo single do próximo álbum de Grilocks, Nimbus – que marca a sua estreia com a Mano a Mano, de TNT. O tema, já noticiado pela HHR, sucedeu a “Labirintos” e conta com a poesia de Napoleão Mira e o selo instrumental de Khapo.

“falta-me o teu corpo de mulher fogueria/ para me aquecer em noites de ventania/ resta de nós esse tempo de bebedeira, o teu sorriso emoldurado à cabeceira e o disco preferido da tua melomania”

No início do mês, a HHR publicou uma breve sobre o novo álbum de Mishlawi. Depois de vários singles de sucesso, o prodígio da Bridgetown editou Solitaire, álbum de 12 faixas. 

“Audemars”, com Nasty C e produção de Sensay Beats e Prodlem, é o tema que destacamos.

“imma spend all the budget on a Aduemars/ and it don’t tell the date I live like no tomorrow/ come and hit the dank and we gon’ go to Mars”

 

A estreia de L-Ali com a Superbad. não podia ter corrido melhor: “Siri” é o tema que une o MC de Alfama com uma produção magistral de Here’s Johnny, que também assina a engenharia de som – como habitual.

LISTA DE REPRODUÇÃO, com VULTO., foi um dos destaques do ano passado. Aguardam-se novidades.

“L legado tão lembrado como lido/ L-ALI porque nunca ‘tou no mesmo sítio / vivo com a solidão que escolhi como quem namora o beat em 80 e picos”

“O Último dos Reais” é o mais recente single e marca o regresso de Ary Rafeiro, desta vez com o apoio dos Bons Malandros. Produzido pelo próprio, conta com vídeo da Rutz Rec. O tema foi estreado no sétimo aniversário da plataforma RAPNotícias

“A inveja chama e diz que vim pela fama/ vim mostrar que os diamantes podem sair sozinhos da lama/ sem escravidão humana/ negar-se o bling bling para por a brilhar o povo de bermuda e havaiana”

Servidos com um instrumental de Hyzer, holympo e Palazzi juntaram-se sob o selo Andamento Records para criar o tema “Shawty”, no início do mês, que teve depois direito a vídeo de @phykecam e @phonesex.jpeg. A masterização é de Nedved.

“O nosso fim foi adivinhado/ no fim já não tinha afinidade/ o nosso baixo é desafinado/ pouca cabeça para a tua idade/ sei que te faltou maturidade”

Três anos depois, Syer (Sujidade Máxima) tem um novo tema e este é inteiramente dedicado ao falecido Beto di Ghetto. “Quando A Alma Se Despe” tem instrumental de Syndrome e vídeo de Wilsoldiers. É de saudar o regresso de Syer – com uma sentida homenagem.

“é o despertar do monstro que adormeci nos 90/ talvez seja a última vez que solto a voz nas ruas/ Felisberto, meu irmão, tenho saudades tuas/ ando triste, pensativo, desolado como nunca”

“Qual a Percentagem” foi a segunda resposta de Estraca a benji price, sucedendo a “solero”. A produção é de Forgotten e Beatowski e a engenharia de som de CharlieBeats.Como diz a breve lançada à data, o MC do Lumiar “alarga-se para a Think Music, citando nomes como ProfJam ou Lon3r Johny“.

trazem rimas importadas, misturam na linguagem, dão a cara por um tarifário mas estão sempre sem mensagens/ what the fuck”

Depois de editar Tourquesa, um dos melhores álbuns do ano passado, o MC de Barcelos, Cálculo, regressou aos singles, na companhia de Zim, com “Complicado”. A produção é do próprio Cálculo, com guitarra de Beni Mizrahi.

“O teu amor é caro e só vem de encomenda/ eu desconfio sempre de quem o põe à venda/ vou caír como sempre, pode ser que aprenda/ queria ver racional mas ele pôs-me a venda”

Jay Fella, MC da Mano a Mano que tem divido palcos com Silab (com duas mixtapes homónimas no percurso), divulgou este mês o tema “Manter”, ilustrado com artwork do próprio, com um type beat de J Cole e um flow singular a que o artista já nos tem habituado.

“Era suposto eu comprar fazenda/ mas eu deixei-me a dormir na escola/ enquanto eu sonhava ser lenda no rap diziam ser um prodígio para a bola”

Dez, que, junto de xtinto, percorreu a Odisseia em 2016, regresso com um novo tema a solo, “EMMM”, – como noticiado pela HHR – com produção de Dzyrd, engenharia de som de benji price e vídeo de Billy Verdasca. 

“Perguntam como é que foi feito isso/ foi com a sarda do Sardet foi feitiço/ eu bem te disse que quando pego no lápis, num ápice/ grafito um gráfico na lápide, não há PIDE, não há peace”

Mais um tema divulgado pela Hip-Hop Rádio: “Death Note” une dois rappers da Think Music, Lon3r Johny e Fínix MG, novamente com engenharia de som de benji price e, desta vez, com produção de Jammy. O vídeo está assinado por Rui Duarte.

“Mo wi mas eu tou na estrada life já não é só Cacém/ roupas tem-se, notas tem-se, nossa, o game é a nossa wave/ até pássaros sabem um nigga dropa bem, eu sou coca sem corte/ a 100, nota-se bem que choca lames”

Estreou-se o ano passado a solo com Esquizografia, EP que figurou nos melhores do ano para a HHR. Pibxis tem novo single: “Underbanger“, com produção de Keso e divulgado através da Paga-lhe o Quarto Records. O vídeo é de André Oliveira.

“Ás no topo e não baralho, vai po caralho/ tem que vir todo ele em taco ou então dá banano/ o stack intacto a passar po’ mano/ ou então chama aí um macaco e pede para passar o pano”

O décimo quarto tema deste ensaio não é de fácil degustação: Johny Gumble, Tilt e Nero, em representação dos ORTEUM e Richards Beats no instrumental, à moda da Pipa de Vinho Rec. “Jurássico” é mais um grande tema – sucede a “Anda”, de ORTEUM e DJ RM.

“No meu ouvido já só soa uma nota/ impede-me morrer, permite-me viver na cova/ imagina o que poupava se caixões fossem berços/ e morresses onde nasceste, independentemente da volta?”

De surpresa, ProfJam divulgou #FFFFFF este mês, o seu primeiro álbum, em colaboração com o produtor Lhast. Se “Água de Coco” e “Tou Bem” já tinham sido um sucesso, as restantes nove faixas do disco têm partilhado de igual atenção. “À Vontade”, com Fínix MG, o único convidado, é um dos temas com mais visualizações.

“Prof dá-me o co-sign mano e não é miragem na estrada/ meu barco afundou mas Poseidon viu a mensagem na bottle

Amaura, da Mano a Mano, é a prova viva que o R&B ainda está vivo. Com Mad Marcus e instrumental de Gold, “Coopero” é o segundo tema da cantora com a label, sucedendo a Blues de Tinto e a uma colaboração em Flow.

“Hoje é para a nódoa negra e para o jogo de mãos, hoje és tu com uma venda sem guia na contramão/ para o puxão de cabelos, enfraquece sansão/ ontem madalena era arrependida hoje madalena não é não, não, não”

 

Harold, MC do coletivo GROGNation, tem novo tema a solo para celebrar o dia do amor: “Torre Eiffel”, noticiado pela Hip-Hop Rádio. A faixa é acompanhada por Marta Ferreira, pela guitarra de Henrique Carvalhal e pela produção de Migz e KYO e de el Conductor,

“eu sei que eles todos me querem ver morto/ eu só quis um pouco mais do teu corpo/ sem ti não há conforto sou bicho solto”

Migos é a nova confirmação do SBSR’19

O coletivo estadunidense Migos, de Quavo, Takeoff e Offset, estreia-se no palco principal do festival Super Bock Super Rock (que, este ano, regressa à praia do Meco) no dia 20 de julho.

Especulava-se nas redes sociais a presença de Eminem nas confirmações do festival, depois de uma curiosa legenda nesta foto de Instagram (leia-se: “May i have your attention, please?”). Contudo, é mesmo o coletivo que se estreou em 2015, com a mixtape Yung Rich Nation, e editou, em 2017 e 2018, respetivamente, Culture e Culture II, que marca presença na edição de 2019 do SuperBock SuperRock.

No mesmo dia alinham, para já, ProfJam, Disclosure, Masego e Superorganism.

Proteção. Capacete. Inter-Missão. Um Génio Diferente

Foi no passado sábado que Mike El Nite apresentou o seu novo álbum. O local escolhido foi o Estúdio Time Out e muitos foram os artistas afetos ao MC que ajudaram a fazer a festa. Numa noite com algumas surpresas e com a ajuda de Dr. Bayard cruzámos com sucesso esta inter-missão. | Por Daniel Pereira

A urgência deste álbum torna-o especial. Mike El Nite confessou-nos em entrevista ao Rapresentação que não era suposto ser este o álbum a sair depois de O Justiceiro, mas várias circunstâncias da vida assim o ditaram. Basta ouvir Inter-Missão ou ler a banda desenhada com o mesmo nome para perceber quais foram as razões.

Posto isto, não esperávamos nada mais que um evento, também, especial. E assim foi. Mal entrámos no Estúdio Time Out a primeira coisa que vimos foram copos de plástico cheios de rebuçados Dr. Bayard. Inovador, no mínimo.

LVIN foi o primeiro senhor a animar os ainda pouco presentes na sala, seguindo-se Maria com um set mais enérgico e o último, antes de Nite entrar em palco, ficou a cargo de Benji Price, que contou também com a ajuda de Oseias. Benji apresentou uma seleção mais virada para as batidas trap e Oseias seguiu o mesmo caminho, mas é de destacar a escolha em determinado momento por ritmos mais africanos que meteram toda a sala a dançar. Houve ainda espaço para um convidado surpresa: xtinto, que na noite anterior tinha atuado em Coimbra, veio até Lisboa para cantar “Quentin Miller”, faixa que funcionou bastante bem ao vivo com maior parte dos presentes a saber a letra de cor e salteado. Um dos MCs em maior ascensão atualmente.

Passavam cerca de 30 minutos da meia-noite quando o concerto de Mike El Nite começou. Benji Price iria ser o DJ que a comandar a inter-missão com o apoio de Diogo Sousa na bateria e não seria Miguel a concluir a primeira etapa. Rita Vian entra em palco ao som dos primeiros acordes de “Carmen”, silenciando todos os presentes que estavam desejosos para fazer barulho. Há tempo para tudo e este público sabía-lo. Mike El Nite finalmente entra em palco e agora sim há a “autorização” para uivos e aplausos. Não podia ter começado de melhor forma esta missão. Miguel Caixeiro não percorreu apenas as faixas deste seu novo álbum. Muitos foram os hits de trabalhos passados que se puderam ouvir no Time Out. Desde “F.E.N.A. II” até “OLIUDE” muitos foram os momentos altos como “Santa Maria” que colocou o público em uníssono, “Funeral” que contou com a presença em palco de Nerve, “Mambo nº1” que não teve Profjam, mas assumiu uma roupagem diferente sendo interpretada apenas entre MC e baterista e ainda “T.U.G.A.”, que teve direito a moshpit.

Em relação a Inter-missão,todos os temas foram percorridos e as atuações foram mais do que competentes: “Caixa Negra” contou em palco com uma performance de J-K exímia, “S.Q.N” transmitiu uma boa vibe que nos fez querer ver mais de Mike El Nite neste registo, “Dr. Bayard”, mesmo que sem Sippinpurpp, mas com Finix MG em palco, foi o riot habitual e “L.Y.B.Y” assumiu-se ao vivo como uma grande faixa de “puro” trap. “Capacete/Arco-íris” foi a faixa escolhida por Mike El Nite para fechar o concerto. Sem Catarina Boto mas com Gil Amado, Gui Salgueiro e Gabriel Silva, respetivamente guitarrista, pianista e baixista a surgirem de repente em palco, foi um finalizar de concerto completamente enérgico e musical, impossível de categorizar ou colocar em determinada gaveta, tal como o artista Mike El Nite em si.

Rkeat e Osémio Boémio acabaram a noite em formato de B2B com todos a dançar, fossem artistas ou público. O grau de satisfação de todos os artistas Think Music presentes era notória.

A Missão estava concluída, era tempo para descansar até novas aventuras de Mike El Nite.

Foto-galeria por Mia Persson aqui

ProfJam lança “Tou Bem” e revela nome do próximo álbum


“Tou Bem” é o novo tema que junta ProfJam e Lhast. CEO da Think Music revela também nome do novo álbum e datas de apresentação.

Depois de ” Água de Coco”, Mário Cotrim regressa aos temas com “Tou Bem”.  Com produção de Lhast e mistura de benji price, o novo som destaca-se pela participação de Lhast no refrão. O single tem ainda a participação musical de Bernardo Cruz, Bernardo D’Adario e Ricardo Crespo. Este serviu também para ProfjJam lançar o nome do seu próximo álbum, em colaboração com o produtor que também serviu o instrumental do último single. 

#FFFFFF – código RBG para a cor branca – será o nome do seu novo projeto. Este será apresentado dia 15 de março no Hard Club, na cidade do Porto, e dia 5 de abril, no Capitólio, em Lisboa.

“eu tou bem
‘tava na ponta mas agora estou no meio
’tou na corrida mas parece um passeio”

 

Dissecação | ProfJam

“Ma’ nigga sou profjam, um tipo que vive num beat”

Em 2014, numa faixa intitulada “Mambo Nº1”, o MC de Telheiras cantou “Sou o prof dos putos da nova gen”. Hoje, quatro anos depois de The Big Banger Theory, EP de estreia de ProfJam, é indiscutível a notoriedade e a preponderância que o artista teve – e tem – no meio musical do rap. O auto-intitulado professor da nova escola não rimou mal: assimilou o trap e o autotune a uma multiplicidade de flows e a uma lírica que não é “água de coco”, contaminou uma verdadeira geração de ouvintes de hip-hop e inverteu o jogo. Prepara-se para lançar um novo projeto com Lhast e anunciou em março do ano passado que está pronto para “matar o game” |Por Bruno Fidalgo de Sousa

“Já viste e ouviste tudo, já nada te impressiona… Então se sentes isso, vem ter comigo à minha zona”

Foi em Telheiras (“Zona T, finest”) que Mário Cotrim começou a rimar, em 2008, depois dos primeiros contactos com a música, diretamente no mundo do hip-hop com Jay-Z ou Eminem, por influência da irmã, como refere em entrevista ao Três Pancadas. Menciona também nomes portugueses como SP Wilson, Halloween, Sam The Kid, Dealema ou Sir Scratch. Desde cedo um hip-hop head, nascido e criado no ceio da primeira grande explosão do rap (a acompanhar a explosão dos mídia online), afirmou-se com o nome artístico ProfJam, iniciando os primeiros passos através do SoundCloud e YouTube: “Nuvens” ou “Metades” foram algumas das faixas sem teto, ou melhor, sem Profecia – uma maquete que nunca chegou a ser mixtape.

“Víris, Gula e Sam, Mundo, Allen Halloween ‘tão dentro de mim
Por isso é que eu cuspo bué”

Em entrevistas passadas confessou ser um admirador de George Orwell e de Aldous Huxley (“admirável novo mundo, faz tu a tua Soma“), revelando uma faceta artística de Mário Cotrim que se espalha pela mensagem que inevitavelmente tenta reproduzir e passar, mascarada em referências (“só porque falo com ghosts tipo o Mill e o Kant, ou o Virgílio Romano, vivo a divina co’Dante“) e jogos de palavras, acondicionadas por um flow extremamente versátil, principalmente considerando o estatuto de newcomer com que chegou à Liga Knockout.

“Sou um puro rapper culto cultivado por 2pac
Tratado pelo Slim, paiado pelo Jay Rock
Comprado pelo Big, fumado pelo K-Dot”

“‘Tou quase a chegar à lua, sou gigante a rimar, pego no taco a brilhar e jogo bilhar com o sistema solar”

Em 2013, ProfJam destaca-se na Liga Knockout. Sai derrotado da battle com Young e voltou a esgrimar rimas na edição Hip-Hop All Stars contra 9miller. Com a simpatia de uma fanbase em formação, o próximo passo levou Mário Cotrim a Londres, para investir na formação enquanto engenheiro do som e produção de áudio. A primeira mixtape chegou às ruas em 2014, pela ASTRORecords de Vilão (atualmente extinta).

“tenho a doença do rap, um síndrome de MC”

The Big Banger Theory (TBBT) conta com vinte e duas faixas: da clássica “Frank Einstein” a “HydroGénio”, passando por temas como “O Jogo”, “Manny Pacquiao”, Money” ou “Viciada”. Navegando entre batidas mais trap autotune prodigioso, a metafísica e o existencialismo tácito sempre estiveram presentes no esquema rimático e no ideal artístico do MC que, meros quatros anos depois, se solidificou nas tendências do hip-hop nacional e com ele um novo prisma sobre o universo das rimas e batidas.

“Vou rumo ao topo, só que o topo sabe a pouco
E sozinho lá em cima aborreço-me a jogar o jogo”

O ano era 2014 e estavam dados os primeiros passos de um MC com muito potencial, colaborando lado a lado com os também newcomers Vilão, Papillon, Magboy ou Mike El Nite. TBBT tornou-se uma mixtape muito acarinhada pelos fãs de ProfJam, coincidindo com a sua ascensão mediática, também fruto do auge de sucesso que a própria Liga Knockout manteve durante as primeiras edição, e com as primeiras experiências com autotune registadas em Portugal. Uma entrada no Genius cita: “The Big Banger Theory vem de duas ideias. Criar um novo universo no hip hop nacional, daí no nome “Big Bang”. “Banger” vem da sonoridade.”

“Sa’foda that! Tou co’feeling do Valete quando ele deu lições visuais
Não tenho visões, tenho visuais, é que eu procuro dentro sempre mais”

“Desculpa amor, eu tive que me ir embora, criar a minha escola, fazer a minha turma”

Depois da temporada na capital britânica, em 2016, Mário Cotrim alia-se a Nélson Monteiro na criação de uma das labels de maior infuência na nova escola de ouvintes de hip-hop, reafirmando ao mesmo tempo uma posição cimeira no crescimento das diferentes sonoridades. A estrear na editora: Mixtakes, segundo trabalho da discografia do MC de Telheiras, o agora CEO da nova turma do hip-hop nacional, uma mixtape de 18 temas sem nenhuma colaboração para além de Hypnotic no primeiro skit, todos eles com sucesso imediato, aproveitando o hype de “Além” e “Queq Queres”, os dois singles que, atualmente, acumulam quase dois milhões e meio de visualizações no YouTube.

A versatilidade de flows e a exímia capacidade para rimar com o que quer que seja – “Rastafari! Se o demo for ter comigo eu mando-o p’ó caralho” – condecoraram Mixtakes como um dos melhores álbuns do ano, com críticas globalmente positivas e aclamado pelos fãs, ao mesmo tempo que mantém o seu aspeto conceptual, de acordo com a leitura do universo de Mário Cotrim.

“E se o John imagina, eu tiro a fotografia”

ProfJam, para a Rimas e Batidas, explicou que “a mensagem aqui presente é o balanço do nosso ser e por sua vez do Universo. O yin [e o] yang,a vida e a morte, o escuro e o claro, o bem e o mal, o ser e o não ser… Uma sopa da pedra de pensamentos“. Descreve ainda o projeto, produzido e construído durante a sua estadia em Londres, como “uma mixtape onde abordo e escrutino erros de navegação da vida para me tornar melhor indivíduo, os tais mistakes, sejam eles da nossa vida terrena ou a teimosia dos vícios do espírito que teimam em nos reduzir perante todo o nosso potencial divino”.

“Junta as mãos numa oração, pede ajuda a ti próprio
Cuidado com o vinho, o haxixe e o ópio
Cuida do teu vizinho, vive acima do ódio
Segue o teu caminho sozinho e o resto fode-o”

Quando da estreia da mixtape, afirmou: “Inspiro-me com a vida e os seus mistérios. Na minha opinião simplesmente não existe nada mais interessante do que a origem do cosmos e da consciência. Acredito que o estudo da nossa consciência individual e da nossa consciência colectiva contêm a chave para a paz e felicidade.” Por outras palavras, “a mensagem é que a mensagem és tu que fazes“, e isso sempre foi uma peça chave na base artística de Mário Cotrim, “génio monstruoso, Frank Einstein“.

“Eu ’tou no topo do meu game”

O primeiro aviso pós-Mixtakes surgiu ainda em 2016, com “Xamã“, produção de Lhast.Em 2017 publicou “Matar o Game” e “Mortalhas“, temas que colecionaram críticas de alguns ouvintes indignados, penalizando o “autotune abusivo” (“o peso da minha caneta partia-te o braço/e a dor de cotovelo impedia que ele dobrasse”). Em 2018 já conta no portefólio com dois temas a solo, “Yabba” e “Água de Coco“, último tema divulgado e que se junta a “Xamã” como single do próximo – e primeiro – álbum, que sairá com selo Sony Music, em conjunto com o produtor Lhast.

“Eu vim pa’ matar o game e vim po’ ressuscitar”

Atualmente, a “festa privada” de ProfJam não tem apenas a “paranóia” como convidada. Dois anos depois, tem a presença de MC’s como Mike El Nite, Yuzi, Fínix MG ou Prettieboy Johnson, servidos com instrumentais de Benji Price, Osémio Boémio, Rkeat, Ice Burz, Oseias e Ventura, e recentemente adicionou ao elenco os rookies do game SippinPurpp e Lon3r Jony. Os álbuns com selo Think Music ainda são escassos (para além de Mixtakes, apenas o EP Níveiseditado em 2017), mas todos os singles produzidos pela label têm gerado um tremendo sucesso – independentemente da participação do CEO, que disparou rimas em “UAIA“, com L-Ali, e em “Gwapo“, com Yuzi. É uma revolução musical com espaço para todos – e a Think Music tem sido uma das “turmas” no comando, com o professor a dirigir nos bastidores.

“Os que duvidaram agora pensam no “uau!”
Muitos me imitaram, desistiram, sou o auge
Juntos num destino num caminho curto e fausto
Na broa co’s meus putos a curtir e muito o caos
Esses não são meus filhos, nunca tive de educá-los
E se ficaram sem concerto é porque eu tive de ir tocá-los”

“Só me sai a voz da missa, meu pai deu-me a missão, Prof vai dá a lição”

A par de Slow J, ProfJam é muito provavelmente o MC que mais preponderância conquistou no rap tuga nos últimos quatro anos. Desdobrando-se entre colaborações (Vácuo, Mike El Nite, Isaura, D.A.M.A., 9miller ou Valas) e apadrinhando as novas promessas do rap nacional, o seu trabalho marca distintivamente a pessoa que é Mário Cotrim e o enquadramento artístico neste “game”, qual a sua missão (“eu não curto estrada, faço o caminho que m’apetece/ yes, irás a caminho do Everest/ Congrats! «you’re now fuckin with the best»!“), qual a lição a dar:

“Sê bem-vindo à aula, abre o estojo…
Eu nem vou à sala dos stores
Prefiro ir po intervalo, hoje é hoje…
E hoje é pa’ matar o game”

Em 2014, Mário Cotrim rimou ser “o prof dos putos da nova gen”: o verso não mente. É indiscutível a influência de Profjam como um dos catalisadores do trap nacional, para além de professor, um cientista musical com uma habilidade rara para escrever e uma enorme vontade de experimentar, criar, mexer. Com apenas duas mixtapes, a expectativa recai agora sobre o primeiro longa-duração do MC, um trabalho há muito esperado, mas também no que pode ProfJam construír com o selo Think Music, nos dias atuais, onde se vai afirmando como um dos mais aclamados artistas nacionais, certamente um dos mais criativos, construíndo bangers que se tornarão clássicos, desenvolvendo e alargando as barreiras do hip-hop.

“Dread eu vim matar o game, ay
Não vim sozinho, fiz a team metade do game
Tua não coube e eu vi o fade
Eu mato o jogo todo e também mato o treino”

Fotografias de Arquivo

 

 

 

“A História do Hip Hop Tuga” vai ter novo capítulo


Segunda edição vai ter lugar em Lisboa, na Altice Arena, dia 8 de março de 2019. Bilhetes já à venda a partir de 20€.

“A História do Hip Hop Tuga” marcou o Sumol Summer Fest e o verão de 2017. Face ao sucesso do espetáculo, tanto dentro como fora de palco, o público poderá ver um novo capítulo já no próximo ano.

O conceito do evento é simples: percorrer a história do Hip Hop português – que conta com mais de 25 anos –  trazendo a palco nomes representativos desta cultura. Sam The Kid, General D, Black Company, NBC, Mind Da Gap, Dealema, Capicua, Allen Halloween, Dillaz ou GROGNation foram alguns dos nomes que subiram a palco no ano passado. A nova edição  contará com mais nomes, tanto rappers old school como emergentes, mas não só: também dj’s, writersb-boys completarão a festa.

O elenco será apresentado a partir de setembro. Entretanto, os bilhetes estão à venda na Blueticket e nos locais habituais.

Valas e Lhast juntos em “Preciso”

“Preciso” é o novo single de Valas, mais uma vez em dupla com Lhast e com contribuição de Henrique Carvalhal na guitarra. O rapper eborense publicou hoje a sua quinta faixa pela Universal Music (UM) no seu canal de YouTube, com videoclip assinado por Cheezy Ramalho.

Sementes de Pedra em 2014 e Raízes de Pedra em 2016, e, agora como Valas, o próximo trabalho do rapper está no forno. “Preciso” é a quinta faixa solta de um reportório onde também se encontram “Acordar Assim”, “As Coisas”, “Alma Velha” e “Imagina” – estas últimas com Slow J e Profjam, respetivamente.

O tema, que junta novamente Rafael Alves e Valas, é acompanhado por um videoclip assinado por Cheezy Ramalho, com produção da Behind the Scenes e realização da Supply Creativity. Este é o quinte single do rapper desde outubro de 2016, que alegadamente prepara um álbum para 2018.

Por Bruno Fidalgo de Sousa
Fotografia de arquivo