Hip Hop Rádio

Papillon apresenta Deepak Looper: Não há sextas-feiras 13 para o Rap

ARTIGO: Afonso Ventura @Tranqui.low

FOTOS: Daniel Pereira


Tal como diz o título e acrescentando palavras do Papillon “vocês fazem a vossa própria sorte”.

Fumaxa, Keso, Papillon.

Fez-se notar um público maioritariamente Jovem com algumas nuances mais velhas o que só comprova que estes grandes músicos têm uma arte transversal.

Fumaxa a fazer warm up habitual, o DJ/Producer não vacila na sua seleção musical sabe o que o pessoal quer ouvir no momento certo.

Passamos para Keso, o “marginal” vindo do Norte e acompanhado por DJ SpotNum formato que quem o segue já conhece, mas para quem não está à espera (Keso atua sentado) é capaz de estranhar. Arrancou com muita vontade a rodar essencialmente sons do “KSX2016”, sempre acompanhado de uma vibe de bom humor e gratidão por ali estar no Estúdio Time Out, agradecendo duas ou três vezes a Papillon pelo convite. Em tom de brincadeira e recorrendo a uma hipérbole Keso dizia “5% de vocês conhecem a minha música, o que significa que amanhã 95% vão ouvir e vou ser ainda mais ouvido”, foi com esta vibe que Keso conquistou Lisboa mais ainda. Diga-se hipérbole pois numa fase mais final deste showcase, assim que começou a rodar “Defeito sério” sentiu-se um grande acompanhar da letra pelo público. Fecha em grande com “BruceGrove” e a pedir silêncio, algo que é super adequado ao seu estilo bem como à sua performance e dado que uma quantidade de pessoas não conhecia o seu registo, é mais que justo. É sempre emotivo ver Keso declamar e exorcizar tudo o que lhe vai na alma. Termina com as palavras “Viva o Porto! Foi uma honra Lisboa”.

Faz-se uma pausa de cerca de 10 minutos até que o público começa a chamar por Papillon.

Entra X-acto, Vasco Ruivo e Luís Logrado  e começou-se a fazer o warm-up até entrar o Papillon cheio de energia e com uma gratidão enorme para lecionar este exercício “Deepak Looper”Este formato não habitual no rap, atuar com baterista e guitarrista para além do DJ é algo que começa a ganhar relevo e é inegável que provoca uma melhoria significativa no espetáculo em si, fica o elogio ao trabalho de ambos que deram ainda mais cor a “Deepak Looper” ao vivo. Durante este exercício Papillon agradeceu várias vezes aquele público, que sem qualquer dúvida estava predisposto para enxergar as “lições” ao ponto de as pedir, começaram a bater palmas em crescendo antecipando a entrada de 1 ou 2 sons, um mar de boa vibe. Em tom de agradecimentos, não ficaram de fora nomes como: Slow J, GROGnation, Keso, Fumaxa. Uma nota especial para a referência feita por Papillon a Slow J, no festival “Iminente” em setembro, em que Papi diz “há pessoas boas e depois há aquelas pessoas boas que contagiam as pessoas que a rodeiam”, sexta-feira na apresentação de “Deepak Looper” reforçou a ideia e sentiu-se o love.

 

Foi um concerto cheio de mensagem, de conselhos, e dança. “Sigam o vosso Íman interior” conselhos deste afirmado colosso da música portuguesa. Contou com a participação de Slow J em duas faixas, “Imbecis/Íman” e em “Impec” e também Plutónio a acompanhar “Iminente”.

 

 

 

Não houve pontos baixos, foi um concerto de muita qualidade e com muita resposta por parte do público, muitas mãos no ar, muitos saltos e fica a certeza de que este concerto fica para a história.


 

 

 

 

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