Hip Hop Rádio

ir ao céu e voltar: Dillaz apresenta novo álbum “oitavo céu” numa experiência inovadora no Planetário da marinha

Na passada quinta-feira a Hip Hop Rádio teve o privilégio de estar presente na apresentação do novo álbum de Dillaz “Oitavo Céu”, numa experiência tão inovadora que tão cedo não será esquecida: a convite da Sony Music Portugal, fomos chamados ao Planetário da Marinha, situado em Belém, para embarcar numa aventura imersiva, digna dos maiores parques de diversões lá fora.

Ao entrar na sala, uma cúpula semiescura com plateia similar à de um cinema -mas com um toque mais futurista-, era impossível desviar a atenção do objeto algo extraterrestre presente no centro do planetário, forte indicador do espetáculo que estávamos prestes a testemunhar, como se de um presságio se tratasse. Passado esse impacto inicial, era também possível ver, projetados no teto, o nome do álbum “Oitavo Céu” e o mítico número “75”, que qualquer fã do rapper reconhece de imediato.

Após uma longa ausência desde o tão aclamado álbum “Reflexo” de 2016 e do lançamento de alguns singles, que já deixavam água na boca, como “Galileu”, “Juvena” e “Maçã”- agora presentes neste álbum-, a ideia de estarmos prestes a ouvir finalmente um novo álbum de Dillaz enchia a sala de uma antecipação e euforia astronómicas.

O tão esperado mote de início do espetáculo foi introduzido pelo Comandante João Silva Ramos, em tom das mais amplas promessas que afirmavam que o que aí vinha era de uma grande inovação: seriam “imagens únicas” pois “antigamente esse projetor que está no meio era o que projetava as estrelas, agora não, agora podemos tirar os pés do chão e podemos viajar pelo universo” , neste que seria o primeiro espetáculo de sempre ali situado e com estes contornos. A partir daí, as poucas luzes que restavam foram apagadas e descolámos, a bordo de um foguete musical com rumo aos astros, para uma viagem intergaláctica que prometia ficar para sempre nas nossas memórias.

Sentados -ou quase deitados- em cadeiras reclináveis numa sala cheia de estrelas, literais e não literais, pudemos viajar pelo espaço, bem para lá do céu e desventrando as mais extensas e imaginativas galáxias, ao som de 12 temas de um álbum com o título mais adequado possível, “Oitavo Céu” , tendo começado precisamente pela faixa que lhe dá nome e certamente inspirou a localização para este evento.

As projeções apresentadas atuavam quase em forma de sonho, mostrando imagens idílicas e animações minuciosas -oriundas de material recolhido pelo sistema do planetário e montadas em tempo recorde por Luísa Correia- enquanto erámos embebidos pelos ritmos e batidas e tentávamos decifrar as letras das músicas, que muitas vezes se relacionavam com o que estava a ser apresentado.

Desde a abertura da terra ao meio -que em camadas revelou um efeito de coração- ao som da música mais romântica do álbum “Genebra“, a imagens relacionadas com a criação do homem e origem do universo, temas alusivos à tracklist deste álbum, esta viagem nunca parou de surpreender, tendo culminado em alguns momentos altos que gostaria de destacar: a apresentação em primeira mão do videoclipe para a faixa “Papaia” e o sample da voz de Allen Halloween, presente na faixa “Avioneta”, que gerou uma enorme comoção na sala, para finalizar em grande.

A arte de Dillaz, aliada ao incríveis dotes do Planetário da Marinha e de toda a sua equipa, fez daquele final de tarde de março noite cerrada, criando um ambiente propício para uma expedição pelo tempo e espaço, dignos de fazer inveja ao Jeff Bezos.

Nas palavras do Comandante João Silva Ramos “não tenho dúvida que este planetário, espero que corroborem depois esta opinião, vai ser, tendo sido renovado à cerca de seis meses, à medida que se vá tornando mais conhecido, vai ser uma das maiores atividades de Lisboa”. Não só corroboramos esta afirmação, como confessamos que este promissor conceito foi uma lufada de ar fresco para a indústria de eventos, tendo deixado um rasto de entusiasmo relativo ao futuro dos espetáculos ao vivo.

Quanto à maior estrela da noite, Dillaz, agiu de acordo e, assim como um asteroide, revelou-se apenas no fim, de rompante e com uma atmosfera em chamas à sua volta. Mesmo sem se manifestar muito, este artista mostrou que, de facto, sempre foi e será um artista inovador e a ter em atenção, tendo honrado as suas letras: quando chegarem ao sétimo céu, já ele está no oitavo, com todo um planetário a ver.

O álbum “Oitavo Céu”, assim como os videoclipes para as faixas “Genebra” e “Papaia” encontram-se agora disponíveis, nas plataformas habituais.

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