Hip Hop Rádio

DEAU x 22.10 x Hard Club

Passaram 16 anos. Não desde a última vez que tocaste ao vivo, mas desde a primeira vez que
pisaste este palco. Portugal tem imensos recintos e ainda assim, de Norte a
Sul, existem poucos como o Hard Club. Aliás, como a mítica sala 1 que parece ter energia
própria e que ganha vida sempre que é preenchida. Por Rita Carvalho | Fotografia de kito

Dizes ser um livro aberto, mas eu cá te acho uma caixinha de surpresas.
Passaram 16 anos, mas continuas com o brilho dos olhos do puto de 17 que pisava este
palco primeira vez. O mesmo brilho nos olhos de quando eras “apenas” um menino da
primeira fila. Porque tu és mesmo assim: independentemente de onde a vida te levar, tu
continuas humilde, sem disfarce, transparente e genuíno. Enfim, continuas D.E.A.U sabendo
nós todo o significado que esse conceito carrega.

Vimos o anular a nossa cultura durante quase 2 anos. 2 anos sem música, sem abraços, sem
saber o quão gratificante é estar horas de pé a curtir e a suar até nos faltar a voz e
magicamente nos ser atirada uma garrafa de água do palco capaz de nos fazer aguentar mais
10 horas de espetáculo. Fomos obrigados a viver em casulos este tempo todo… Mas tu fizeste
a espera valer a pena, afinal, o nosso dia precisaria da tua cor.

Desconfinamos aos poucos, com medo. Na passada sexta feira dia 22 de outubro, o medo não
teve lugar no Hard Club: Uma energia sem igual, sem horários, só tu e o teu público a celebrar
o teu novo projeto, “Cabeça a prêmio”. Todos juntos por um propósito: Música. A Tua Música.
Amas tocá-la ao vivo, e nós amamos ouvir-te. A ti, à tua Teresinha, ao Keso, ao Bezegol, ao
Mundo, ao Expeão e claro, ao DJ D-One.

A noite foi memorável como era de esperar: Não havia horas certas ou certas horas para o
início. O ponto de partida foi quando tu quiseste e nós estávamos lá à tua espera. Mostraste-
nos o que tens de novo, relembraste o que tens de antigo e ainda tiveste tempo de voltar as
origens e fazer Freestyle. Sempre com uma sede de energia do público como se fosse esta que
te alimenta e te faz continuar. Uma sintonia tão bonita que se via no brilho dos teus olhos.

Romances de autocarro são passageiros, mas este que crias connosco, com o teu
público, é vitalício. Tocar no nosso íntimo sempre foi o teu palco preferido. E nesse não há
nada que apague o teu império de sentidos. Dás-nos parte de ti e levas parte de nós.

Nunca deixes de ser o menino dos subúrbios que nós nunca deixaremos de ser
meninos da primeira fila.
Despedes-te sempre da mesma maneira, mas desta vez quem bate palmas somos nós:

OBRIGADA Daniel, ESTAMOS JUNTOS. BAMBORA.

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