Hip Hop Rádio

Crónica – Devíamos todos ser como somos

Por Daniel Pereira | Fotografia Bruno Marques

João Maia Ferreira apresenta “O Lobo Um Dia Irá Comer A Lua”

Mais do que o estilo musical, o que sempre me soou melhor foi a diversidade.

Para mim um artista atinge o seu auge quando tem a coragem de se reinventar, de se aproximar da sua realidade, do que é no seu íntimo.

João Maia Ferreira teve várias fases na sua carreira e penso que é unânime falarmos nele como um dos nomes mais reais na nossa cultura Hip-Hop. Nome esse que até mudou (antigamente era benji price, o seu eu super-herói rapper, como já afirmou), assinando agora com o seu nome próprio o novo álbum “O Lobo Um Dia Irá Comer A Lua”.

Em plena noite de lua cheia, apresentou este seu mais recente trabalho no B.Leza.

Percorrendo faixa a faixa, não de forma linear tal como o seu percurso felizmente também nunca o foi, cada momento tornou-se singular num concerto que cedo se mostrou único.

Houve lugar para dançar em “Titã”, abanar o capacete com o rock de “Credo”, sentir um hit instantâneo com “Impala” ou ficar in love com “Nenúfar”. São várias as personalidades musicais e todas elas preenchem João Maia Ferreira.

Esta mudança musical foi acompanhada pelos seus: a palco trouxe Mike El Nite, Alex D’alva Teixeira, xtinto e João Não. Os restantes convidados do álbum não puderam estar presentes e João, mais uma vez despido de qualquer preconceito, revelou que os motivos para tal eram “porque está a trabalhar” ou “porque está doente”, entre outros. Realmente, para quê esconder o que é tão normal na vida de cada um de nós?

João Maia Ferreira sempre foi um artista cheio de novos começos e acredito que foi também por isso que o concerto terminou com a primeira faixa do álbum “Ser Como Sou”, vincando ainda mais esta sua mudança musical.

Mas terá sido mesmo uma mudança ou um encontro consigo próprio? Na realidade não interessa, o João só sabe ser como é, e ainda bem.

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