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Benji Price: uma estreia “ígnea” no Teatro Tivoli BBVA

Passavam poucos minutos das 21h quando Benji Price subiu ao palco do Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, na passada sexta-feira, para apresentar “Ígneo”, o seu novo álbum, acompanhado pela sua banda. À hora marcada, alguns lugares ainda se faziam preencher, mas o público ali presente – maioritariamente jovem – vinha com vontade de ver o artista e a prova disso foram a quantidade de vezes e a forma como se manifestaram durante o show.

Foto: Keveni Stphane

Para apresentar o seu álbum de estreia a solo – Benji Price já tinha colaborado em “SYSTEM”, disco partilhado com Profjam – o alinhamento escolhido para o espetáculo foi o mais “natural” possível, seguindo a ordem da obra lançada. As faixas de “Ígneo” não foram nomeadas ao acaso: o álbum conta com várias referências simbólicas ao mundo asiático, em particular o universo do anime, como é o caso de “Gundam” – nome de uma série televisiva japonesa de ficção sobre robôs gigantes -, ou ainda de “Kenshin”, que é o nome da personagem Himura Kenshin, da série Rurouni Kenshin.

Esta apresentação contou também com os convidados xtinto e Mike El Nite. O primeiro juntou-se a Benji Price para interpretar “Pó de Cosmos” e atuação de ambos resultou na fusão de dois grandes talentos que cada vez mais mostram que vieram para deixar a sua marca na indústria musical portuguesa. Um dos próprios versos já parece antever essa realidade: “O João vai vingar aqui memo, cimentar meu nome”. Logo a seguir, enquanto ainda se sentia alguma agitação da atuação anterior, juntou-se à festa Mike El Nite para cantar “Veni, Vidi, Vici” e a fasquia continuou elevada. Dois temas muito orelhudos que, sem surpresas, acabaram a ser dois momentos muito aplaudidos pelo público.

Foto: Keveni Stphane

Foto: Keveni Stphane

“Mármore” foi também um dos temas em que, pessoalmente, o artista surpreendeu vocalmente pela positiva. Logo a seguir foi o momento de “Final Fantasy Freestlye”, sem dúvida um dos temas mais interessantes desta obra, sobretudo a nível instrumental. O público parecia concordar, não fosse dos temas mais ovacionados da noite e que o mais fez vibrar.

9 Miller era um dos convidados esperados para este espetáculo, mas por “questões de saúde”, como anunciou Benji Price na altura, não se concretizou. Ainda assim, o rapper não se deixou ficar e, sozinho, deu bem conta do recado – já dizia ele “Dominar pa mim é bem fácil” – e levou o público à loucura pela forma como declamava/proferia cada verso. “Bora, Benji!” – ouvia-se, com entusiasmo, na plateia.  

Foto: Keveni Stphane

Das 11 faixas originais do rapper ribatejano, as sementes “ígneas” já tinham sido lançadas com “Girassóis”, o single de avanço deste trabalho, que desabrochou ainda em novembro do ano passado. A atuação foi impecável e resultou muito bem ao vivo, além de que mostrou bem não só o porquê da popularidade do tema, como também a confirmação de ter sido uma boa escolha enquanto primeiro single.  

No final do concerto, Benji Price e a sua banda receberam um enorme aplauso. Deste show ficou a sensação de que o tempo tinha passado depressa, revelando que o concerto em si conseguiu captar a atenção ao rapper em cada tema seu que interpretava, bem como a todo o trabalho notável que ia sendo feito também por parte da banda. O artista chegou a perguntar, após cantar o segundo tema, se o público o ouvia com autotune, devido a uns problemas técnicos que teve naquela tarde: “Estava com um bocadinho de medo de vir aqui fazer figuras”, brincava o ribatejano. Mas a verdade é que não passou apenas de um “falso alarme”: o espetáculo correu sem problemas, aliás, notava-se bem as capacidades e a dedicação de Benji no microfone.

Foto: Keveni Stphane

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