Hip Hop Rádio

Hip-Hop Rádio

Os Regressos no Hip-Hop com José Mariño, Keso e Maze

Regressar onde fomos felizes nem sempre faz sentido, mas aqui estiveram reunidos três casos em que esse regresso não só faz sentido como é quase necessário. Esta conversa pôs lado a lado José Mariño, que regressou à rádio para fazer um raio-x ao rap tuga, Keso, que revisitou “O Revólver entre as Flores” para o reeditar em vinil e Maze que voltou à estrada com os Dealema. Esta conversa integrou a programação do Trampolim Gerador, um festival com mais de 50 momentos culturais gratuitos, no Lumiar, em Lisboa.

José Mariño iniciou o seu percurso como radialista no Correio da Manhã Rádio, mas foi na Antena 3 que abriu caminho a nomes que se viriam a eternizar na história do rap tuga, com o seu programa Repto. A voz que se ouve em “Retrospectiva de um amor profundo” de Sam the Kid, quando Sam eterniza a sua primeira vez na Antena 3, regressou este ano à rádio com A Teoria da Evolução, um programa em que viaja entre o passado e o presente do Hip Hop e leva à Antena 1 vozes que compõem e enquadram o rap em Portugal.

Keso lançou “O Revólver entre as Flores” em 2011, um disco que se seguiu ao “Raios Te Partam” (2003), com que se estreou, e antecedeu “KSX2016” (2016), o terceiro e último disco até agora. Este ano o rapper do Porto reeditou “O Revólver entre as Flores”, que lançou primeiro através de um leilão na sua conta do Instagram e, entretanto, já apresentou no Plano B, no Porto. A edição em vinil de “O Revólver entre as Flores” foi produzida pela Circus Network e pela Paga-lhe o Quarto.

Maze é membro do grupo icónico de Gaia, Dealema. Após um regresso anunciado e feitas as honras em Lisboa, no Festival Iminente, e no Porto, no Hard Club, os Dealema regressam ao panorama do rap com uma reedição de “Dealema” (2003) que esteve à venda apenas no concerto na mítica sala de espetáculos do Porto. Depois de apresentarem “Alvorada da Alma” (2013), Mundo, Maze, Fuse, Expeão e DJ Guze estiveram afastados para recolher impressões do mundo e compor a solo, mas regressam tão fortes quanto antes.

Urban Dance Awards 2019: votações online já abriram

As votações para os Urban Dance Awards 2019 abriram e tu já podes votar. Os Urban Dance Awards vão ser a primeira gala em Portugal inteiramente dedicada à dança urbana, com o intuito de “homenagear alguns dos artistas, bailarinos, coreógrafos e entidades que promovem e prestigiam as danças urbanas em território nacional, nomeadamente no último ano”.

Vão ser atribuidos vinte e dois prémios e as votações online já abriram para dezasseis deles, encerrando dia 24. Neste caso, o voto do público conta tanto como o voto do júri. A gala de atribuição dos prémios vai acontecer em Odivelas, dia 26 de Outubro.

DJ Fifty ao vivo na Manjedoura

Estivemos no passado dia 12 de julho na Manjedoura, mítica discoteca de Vila Nova De Milfontes. O cartaz contava com o nome de DJ Fifty e antevia-se uma real Hip-Hop Party. Assim foi. Com um set a passar por várias gerações pelo rap nacional e internacional mas também por um pouco de R&B, “Lena (a culpa não é tua)” de Boss AC e Gutto, “Juicy” de Notorious B.I.G. ou “À Vontade” de Profjam foram apenas alguns dos muitos temas que se puderam ouvir. Fiquem com a foto-galeria por Daniel Pereira aqui.

A sério que ainda não compraste o teu bilhete para o Sumol Summer Fest?

Falta menos de uma semana para o festival mais Wild voltar à Ericeira.

A 11º edição do Sumol Summer Fest é já nos próximos dias 5 e 6 de julho, sendo que o que nos reserva neste tão esperado verão são nomes como Young Thug, BROCKHAMPTON, Sam The Kid com “Mechelas”, Kappa Jotta, Holly Hood, GROGNation, entre outros. Estes artistas prometem o melhor de si, pelo que só fica a faltar a tua garra para fazer deste festival memorável.


Estão reunidas todas as condições para os Party Animals, desde estes sonantes artistas até às excelentes condições do Ericeira Camping. Para não falar da possibilidade de usufruir da praia, a menos de 300 metros de distância, que tanto é associada à origem do surf. Se ainda não tens bilhete, tens a oportunidade de adquirir um apenas desde 37€!

Não há mais desculpas para não pegares na tenda e ires usufruir do hip-hop no seu melhor estado, ao vivo e a cores. Vemos-te lá?

Relembra aqui a edição de 2017 que contou com a primeira edição da História do Hip Hop Tuga.

Queima das Fitas do Porto: com tanto salto, só faltou “voar”

De cinco a 11 de Maio, a Hip-Hop Rádio esteve pela Queima das Fitas do Porto a acompanhar vários concertos. Dos vários espetáculos protagonizados por diversos artistas, temos que, obviamente, dar ênfase a dois concertos aos quais não ficámos indiferentes: Mundo Segundo & Sam The Kid e Wet Bed Gang.

Retrospetiva de uma noite profunda

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“Aquilo que tu procuras” encontrámos na Queima das Fitas no concerto destes dois colossos do hip hop português. De facto, a queima ficou em “Brasa” com a atuação de Mundo e de Sam. Acompanhados do Dj Cruzfader e do Dj Guze, deu para sentir que não eram apenas quatro artistas em palco: para além dos clássicos, foram interpretadas músicas que contam com a participação de Bezegol, Orelha Negra, NBC, Dealema, entre outros. Sentiu-se um verdadeiro espírito de Hip Hop no recinto. Felizmente, “sou do tempo” em que estes 2 “dinossauros” da tuga nunca passarão de moda. “Sendo assim”, nesta curta “Retrospetiva de uma noite profunda”, sentiu-se um misto de emoções que só Sam e Mundo conseguem proporcionar. Emoções estas sentidas até pelos próprios artistas, isto porque Mundo sentiu de certo alegria quando desabafou que já não pisava o palco do queimódromo desde 2005, logo ele que é de um local tão perto do Porto. Sam e Mundo são uma agradável lufada de ar fresco de Hip Hop da velha escolha que é sempre um prazer de ouvir, e este concerto não foi exceção.

Com tanto salto, só faltou voar

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Do “Bairro” da V-Block para o palco do queimódromo da Queima das Fitas, os Wet Bed Gang deixaram o povo completamente “maluco”. Incansáveis, estiveram sempre a puxar pelo público. Desde moches a cantar excertos de músicas, o público demonstrou o porquê de a fama destes quatro rappers estar a crescer exponencialmente: puxam imenso por nós. GSon, Zizzy Jr, Zara G e Kroa são nomes que correm de boca em boca em Portugal, juntamente com as músicas deste grupo. Foi possível “voar” a ouvir este concerto e certamente que os Wet vão voar muito mais alto ainda. De certeza que quem pensou que “devia ir” ao concerto e realmente foi, não se arrependeu.

Escrito por Tomás Novo, com fotografia por Rita Carvalho para ver aqui.

FAL 2019: cultura urbana invadiu a Cidade Universitária

Na passada sexta-feira e sábado, deslocámo-nos à Cidade Universitária nesta que foi já a terceira edição do Festival Académico De Lisboa. Uma celebração de e para os estudantes em que o Hip-Hop, mais uma vez, não deixou de marcar presença. Papillon, Mundo Segundo & Sam The Kid, Hollyhood e Lhast foram os nomes para os Hip-Hop Heads.

Papillon

FOTOGRAFIAS HIPHOPRADIO

A primeira noite de festival começou cedo e da melhor maneira. Eram cerca das 22h20 min quando o artista que para muitos fez o melhor álbum de rap de 2018 subiu a palco. Papillon, nome artístico de Rui Pereira começou o seu concerto acompanhado da sua banda e com a força que os caracteriza. Percorrendo “Deepak Looper” durante pouco mais de uma hora muitos foram os momentos para relembrar mais tarde. “1:AM” e “Impasse” foram cantadas em uníssono, em “Imbecis/Íman” (que não contou com Slow J em palco), Papillon meteu todos a cantar “Baby não stressa” vezes e vezes sem conta e “Impressões” meteu todos a saltar. Seguiu-se o momento mais emotivo e introspetivo do concerto com “Imagina” que o público tomou com grande respeitou nas longas pausas aplicadas por Papillon. O levantamento do astral ficou a cargo de “I’m the money” que no final contou com um poderoso scratch de X-acto. De seguida Papillon cantou o único tema não pertencente a “Deepak Looper”: com uma bola imaginária simulou um autêntico penalti em direção ao público e, mais uma vez sem Slow J, e também sem Stereossauro e Plutónio, nada que fizesse a música perder força, cantou “Nunca Pares”. Para o final do concerto ficaram reservadas Iminente que gerou uma autêntica festa e Impec que corroborou aquilo que Papillon disse a meio do seu concerto: “O público de Lisboa é um dos melhores públicos para atuar em Portugal!”

Mundo Segundo & Sam The Kid

Logo de seguida entraram em palco quatro históricos do rap nacional. Mundo Segundo & Sam The Kid e DJ não me lembro e DJ Guze. Gaia/Chelas, faixa que já há muito era cantada pelos dois mc’s ao vivo mas apenas recentemente teve lançamento oficial deu o mote inicial. Como a dupla já nos habituou o alinhamento contou com músicas de ambos como “Tu Não Sabes” e muitas de cada um. “Não percebes”, “O recado” e “Sofia” foram algumas das músicas de Sam The Kid que pudemos ouvir. Mundo Segundo cantou “Crise De Identidade”, “Bate Palmas” e “Sou Do Tempo”. Com um concerto composto por tantos hits podemos destacar algumas momentos altos. “Solteiro” foi provavelmente a faixa mais cantada pelo público mesmo que apenas se tenha ouvido o verso de Sam The Kid (Regula não esteve presente e DJ Não me lembro não passou o verso do rapper do Cadujal). Maze foi chamado a palco para cantar alguns temas de Dealema como “Bom Dia”, “Escola Dos 90” mas também para cantar o seu maior sucesso e uma autêntica bandeira do rap nacional, “Brilhantes Diamantes”, outra faixa muito cantada pelo público.”Da parte” de Mundo Segundo e Sam The Kid, respetivamente, pôde ainda ouvir-se “Raio De Luz” (que não contou com NBC no palco da FAL) e Retrospetiva De Um Amor Profundo (que infelizmente não foi interpretada na sua totalidade). Interpretação completa teve “Sendo Assim” num momento muito celebrado por todos os presentes dada a raridade que é ouvir esta recente faixa de Sam The Kid ao vivo. Um autêntica “fan-service” para todos os Hip Hop Heads da plateia. O concerto terminou em apoteose e com o público a cantar em uníssono um dos maiores hits de Sam The Kid “Poetas De Karaoke”

A primeira noite do FAL contou ainda, no que toca ao Hip-Hop, a atuação de Putzgrilla que além de passarem muito rap no seu set contaram ainda em palco durantes momentos específicos com MC Zuka e Vado Más Ki Ás.

HollyHood

Já na segunda noite de Festival, que esteve muito mais cheia, Hollyhood tratou de abrir as hostilidades no que toca aos concertos de Hip-Hop. Acompanhado de Stone Jones e Here’s Johnny foi com “O Meu Nome” que o MC da Linha Da Azambuja começou a sua atuação. Seguiram-se vários temas do único avanço do artista “O Dread Que Matou Golias” e também algumas faixas que farão parte de “Sangue Ruim”, a segunda parte da Triologia há muito prometida. “Ignorante”, “Spotlight”, o muito entoado pelo público “Fácil” e “Cartas Da Justiça” (que contou com a chamada a palco de No Money” foram alguns dos temas que se puderam ouvir na primeira parte do concerto. No Money por lá ficou para cantar o seu Hit “Se Eu Não For Rico” e o seu mais recente single que conta com o featuring de Hollyhood “O Meu People Ri-se”. No que toca a convidados, L-Ali também marcou presença para interpretar a sua mais recente faixa “Siri”. Pudemos perceber que muitos dos presentes não conheciam o trabalho do MC mas de uma coisa temos certeza, ninguém ficou indiferente à sua voz grave e funda e ao viciante beat deste novo tema. Um concerto de Hollyhood não é um concerto de Hollyhood sem mosh pit. Em dose dupla, formou-se um autêntico riot no FAL com “Cala A Boca” e “Cobras E Ratazanas” nesta que foi a última faixa do alinhamento.

Lhast

Apesar de ser um pouco raro ver Lhast atuar ao vivo, a verdade é que a aposta no produtor para encerrar o Festival Académico De Lisboa 2019 antecipava-se segura. E assim foi. Acompanho de Cheezy Ramalho, não como videógrafo como estamos habituados a vê-lo, mas sim como Hype Man, ambos cumpriram num concerto repleto de Hits. No plano nacional “Água De Côco”, “Gravidade” “Mais Caro”, ou “Water” de respetivamente, Profjam, Dillaz, Wet Bed Gang e Richie Campbell puderam ser ouvidos. Já no plano internacional estiveram presentes no set por exemplo Travis Scott e IAMDDB com, respetivamente, “Goosebumps” e “Shade”. Houve espaço também para duas surpresas com as entradas em palco de Kappa Jotta com “Movs” e 9 Miller com “Filho Da Guida”, ambos temas com o selo do produtor. Em relação ao público… praticamente não houve um único tema que este não soubesse de cor.

No final das duas noites de FAL a sensação é de que este é um evento que a pouco e pouco se vai tornando um clássico das festas académicas portuguesas. A cada ano que passa a organização melhora e os cartazes seguem o mesmo ritmo. Que o Hip-Hop nunca deixe de fazer parte deles, são os votos da Hip Hop Rádio.

Até 2020 FAL!

Foto-galeria do dia 10 por Alícia Gomes para ver aqui e de Rodrigo Santos do dia 11 para ver aqui.

HHR em Salou: Dias 3, 4 e 5

Começamos a segunda parte da reportagem sobre a viagem de finalistas em Salou não pelo terceiro dia como seria de esperar, mas sim pelo quarto. Infelizmente, Salama & Garcez e MC Soneca não atuaram no terceiro dia devido a um conjunto de circunstâncias que foram alheias tanto aos artistas como à organização. No que toca à Hip Hop Rádio, esperamos encontrar-nos brevemente noutros palcos!

Posto isto, vamos então passar para o quarto e antepenúltimo dia em Salou. Nesta noite, o palco da festa seria a FlashBack. Foi nesta discoteca, com um espaço mais amplo, que atuou Kappa Jotta e os restantes artistas que constavam no cartaz para aquele dia.

Dia 4

Eram duas da madrugada quando Kappa Jotta pisava o palco. Por lá já estava DJ Maskarilha que apresentou um pequeno set introdutório repleto de rap tuga. MOVS foi a primeira faixa cantado pelo MC da linha C deixando todo o público completamente preparado para uma autêntica Hip-Hop party que estaria por vir. “Feeling“, “Pela Cidade” ou “Tribo“, muitos foram os temas que puderam ser ouvidos tanto de Vírus como de Ligação, como faixas soltas lançadas recentemente. Cedo no alinhamento do concerto apareceu Bad Tchicken, fiel companheiro de Kappa Jotta que surgiu para cantar o tema #ÀVONTADE II entre outros colaborativos. Por lá se deixou ficar até final de concerto para a já habitual música final dos seus concertos: “DPDC”. Este showcase teve direito a encore e que encore ora fosse nada mais nada menos que uma faixa nova que em breve sairá cá para fora. “Malta só vou contar este novo som se me prometerem que não gravar e meter na net!” Todos prometeram e Kappa Jotta cantou, esperemos que a promessa se cumpra!

Logo após o showcase de Kappa Jotta deslocámo-nos para outra sala para o DJ Set de Maskarilha que começou por volta das 4 da manhã. Devido à pista principal o DJ não contou com muito público (numa fase inicial) mas isso não o impediu de dar uma autêntica festa. A sonoridade estava tão agradável que cada vez mais pessoas se juntaram (a equipa de Kappa Jotta também apareceu depois para fazer a festa) e o resultado final foi um dos melhores concertos que vimos em Salou. Uma autêntica party quase como que exclusiva para Hip-Hop Heads.

Dia 5

O antepenúltimo dia em Salou tinha festa marcada na discoteca “La Cage”. Dizemos antepenúltimo, pois apesar de ser o último dia de festa era realmente o penúltimo dia da viagem de finalistas pois para o último estaria reservada uma longa viagem de autocarro. Mas voltando ao bom e ao que interessa, nesta última noite para os Hip-Hop Heads estavam reservados dois showcase: os de Fuse e Tekilla, ambos a começar a noite de concertos. O inspetor mórbido do coletivo Dealemático foi o primeiro a subir a palco e temas como “Verdade Ou Consequência”, “Provavelmente”, “Paixão Que Fulmina” ou – um muito cantado pelo público – “Bom Dia” puderam ser ouvidos. Que bom foi ouvir Rap com mensagem neste início de noite! Seguiu-se Tekilla numa transição que nem cinco minutos demorou. O MC que todos já conheciam, uns pelo seu trabalho, outros porque confraternizaram com o próprio bastante, deu um showcase extremamente enérgico. “Tudo Duma Vez” ou o famoso “Sinónimo” foram das faixas mais celebradas num showcase que de ponto negativo teve apenas a sua já esperada pequena duração. No final, Tekilla cantou ainda a sua nova faixa em colaboração com Supa Squad que está por vir. Aguardamos o lançamento.

A festa no La Cage continuou e felizmente pudemos ouvir mais Hip-Hop pelos DJs que estavam a atuar no decorrer da noite. Festa essa que durou até quase de manhã, mesmo que os autocarros que trariam os finalistas para Portugal tivessem hora marcada para chegar às 8h30. O sono tornou-se um mero pormenor para os finalistas, pois ninguém – nem nós – abandonou a discoteca até esta fechar.

A Hip Hop Rádio agradece mais uma vez o voto de confiança à Gate1 e deseja as melhores felicidades a esta organização da qual já sentimos que também fazemos parte. Para o ano há mais. Até 2020 Salou!

Comethazine ao vivo no It’s A Trap

No passado sábado estivemos presentes no mais recente It’s A Trap que contou com um cabeça de cartaz de peso. Comethazine, rapper americano e nome importante do Trap mundial teve uma prestação acima das expetativas deixando todos em êxtase. Young Boda, Foreign Heat, Oseias, Valdir e Syl, nomes já habituais nos cartazes It’s A Trap também atuaram juntamento com alguns convidados especiais que também marcaram presença.

Fiquem aqui com a foto-galeria completa por Daniel Guerreiro

HHR EM SALOU: DIAS 1 E 2

Na passada semana, estivemos por Espanha na viagem de finalistas da Gate 1. De Allen Halloween a DJ Overule muitos foram os concertos de Hip-Hop nos primeiros dois dias desta que foi a primeira viagem organizada pela agência. Primeira de muitas acreditamos nós, pois o que parecia apenas um “sonho parvo”, para a Gate 1, é hoje uma realidade que supera todas as expetativas.

Antes de começarmos a revelar o que captámos de Espanha, gostaríamos de agradecer, em primeiro lugar, a toda a equipa de staff da Gate1 que nos deu todo o apoio necessário e nos fez sentir em família. Em segundo, a todos os finalistas que para além de vibrarem em todos os concertos em cartaz – e particularmente nos de Hip-Hop -, alinharam em todos os conteúdos que produzimos e iremos mostrar mais à frente. A Hip Hop Rádio está grata e já espera pela viagem do próximo ano com esta enorme família da Gate1 que nos acolheu.

Dia 1

Chegámos a Salou por volta das 15 horas (em horário espanhol). O período da tarde serviu então para fazer o reconhecimento do International II (hotel onde ficámos alojados) e das zonas onde iriam acontecer os concertos. Seguidamente, foi tempo de descansar, pois a viagem tinha sido de 17 horas.

A discoteca que ia acolher os finalistas na sua primeira noite de viagem de finalistas foi a Tropical. O primeiro showcase de Hip-Hop era de Halloween que começou a atuar por volta da 1h30 da manhã. Acompanhado de Lucy e Drunk Master, a realidade é que muitos não conheciam o trabalho de muitos MC’s, mas isso não fez com que a atuação de Halloween fosse menos boa. Num ambiente completamente festivo é de louvar o facto de o rapper guineense não mudar em nada o seu estilo mais dark. “Drunfos” ou “O Convite” foram alguns dos temas já esperados que foram tocados. Nota também para a parte final do showcase em que Halloween tocou a sua MPC com toda a mestria. Uma coisa é certa, todos os finalistas presentes puderam ouvir rap de qualidade e repleto de conhecimento.

Por volta das 2h30 entrava Bispo em palco. Pelo que percebemos em conversas com os finalistas, o MC de Mém Martins trazia consigo a atuação mais esperada daquela noite. Desta vez não se fez acompanhar da sua banda, mas com ele vieram Ivandro e DJ aybeatz e sua atuação em nada deixou a desejar. Passando pelos seus trabalhos, “Desde A Origem” e “Fora D’horas”, mas também algumas faixas soltas ou presentes noutros lançamentos, muitos foram os hits tocados. “Dinâmico”, “Como Dá”, “Nós os dois” ou “Pormenores” são alguns dos exemplos. Ivandro teve direito a tocar o seu mais recente single, “Porta” e o novo single de Bispo, “Sonho Parvo”, foi ouvido pela primeira vez ao vivo após o seu lançamento. Em “Sem Mágoa”, o rapper deixou um conselho a todos os finalistas: “Não guardem mágoa, acreditem mesmo, passo a passo compensa, vai compensar de certeza. Eu acredito em vocês.” Lição aprendida antes de “Lembra-te” – fechando assim, como já é habitual, com chave d’Ouro.

Dia 2

No segundo dia de concertos em Salou o palco foi o mesmo. Chegámos à discoteca Tropical por volta da 1h da manhã para ver Lucy com o primeiro showcase da noite. O MC que na noite anterior tinha ido a palco com Halloween apresentava agora o seu trabalho a solo. Com a companhia de de Chapz, os dois MCs cumpriram para o pouco, mas fiel, público que estava presente. Infelizmente, muitos dos finalistas, por essa hora, ainda estavam pelo hotel. Esta segunda noite estava a começar da mesma forma que a primeira, com rap puro e duro cheio de uma boa lírica. Sentimo-nos em casa: nós e os finalistas presentes.

Seguiu-se Phoenix RDC, nome bastante esperado por todos. O MC de Vialonga veio apresentar o seu rap gangster acompanhado de DJ Neslley, Jéssica no back vocals e Tekilla que apareceu a espaços. O “Melhor Álbum de Hip Hop Português” foi bastante tocado, mas foram as músicas de trabalhos antigos que mais fizeram vibrar o público. “12.00”, “Todo o Santo Dia” ou “Dureza” foram os temas mais celebrados. Em clima de festa, o showcase acabaria com “Gangster Party” com vários finalistas a subirem a palco.

DJ Overule entraria em cena por volta das 3h30 da manhã com uma festa já ao rubro que ainda atingiria patamares mais elevados. Landu Bi, fiel Hype man também esteve presente para ajudar à festa. Com um set maioritariamente de Hip-Hop, o Dj passou pelo Boom-Bap, Trap, fosse português ou internacional. Os singles em nome próprio também não ficaram de fora. “Hip-Hop (Sou Eu E És Tu) de Boss AC, “Rap Consciente” de Valete, “Shade” de IAMDDB ou “Turn Down For What” de Lil John foram alguns dos muitos hits que se puderam ouvir. A Tropical fechou em pleno riot.


Fiquem aqui com a foto-galeria completa por Nayara Silva. Amanhã irá sair a parte II que irá contar o que mais se passou nos restantes dias em Salou. Até amanhã!

Galeria | ID NO LIMITS

Estivemos presentes na 1ª edição do ID NO LIMITS.

Com um cartaz bastante diversificado, o festival teve lugar no Centro De Congressos Do Estoril e pudemos presenciar uma energia bastante boa e acima de tudo, singular no panorama de eventos nacional. MadLib, IAMDDB, Pedro Mafama, Dino D’Santiago, DJ Kwan, DJ Kronic e Sir Scratch foram alguns dos nomes representativos do Hip-Hop. Certamente a primeira de muitas edições.

Fica AQUI com a Foto-Galeria completa por Daniel Pereira (dia 29) e Alicia Gomes (dia 30).

Kyra ao vivo: depois de “Apollo 13”, nasce “Tenebris”

No passado dia 23 de Março Kyra apresentou a sua mixtape “Tenebris” no Barreiro. O jovem da Margem Sul apresentou-se com uma grande novidade ao vivo – o facto de ter uma banda.

No edifício da Baía Tejo (no Barreiro) o público começava a chegar e de alguma maneira não parava, deixando os elementos da banda bastante nervosos no backstage. Mas no fundo, era só “um ensaio com mais pessoas”. Muitas mais pessoas. O público, apesar de algumas excepções, era bastante jovem. E o ambiente estava fantástico. No fundo tocava Phoenix RDC, quando Kyra entrou para começar o espectáculo.

Fizeram uma roda, o habitual grito, e lá foram eles. Sem saber o que os esperava. Sem saberem que aquela noite mudaria as suas vidas para sempre. A banda era constituída pelo DJ Clemente, João Silva na bateria, o rapper Tiago Mina (MindTrigger) na guitarra, Edgar (ex-baixista de uma banda rock) no baixo, e Débora Lopes como backvocal.

Kyra entra com “Travessia”, a quarta das oito faixas que constituem a sua nova mixtape “Tenebris”. Depois o rapper cantou “D.I.A. (Desastres Inspiram Astros)”, antes de chamar o rapper Damaz MC ao palco para cantarem juntos “O Estreito de Bósforo”. Damaz aproveitou e cantou também o seu single “Éden”, com a participação de Kyra. Chegando a meio do concerto, foi hora de relembrar a primeira mixtape de Kyra, com a música “Apollo 13”. Mas voltámos logo a “Tenebris” com “Digger”.

Até que chegámos ao momento alto da noite. Kyra cantou, pela primeira e última vez ao vivo, “Não era suposto”, tema feito para Ricardo Taylor, o jovem motoqueiro do Barreiro que morreu em Setembro de 2018. Sente-se a emoção na voz do rapper, que não resistiu e engasgou-se. Na plateia vêem-se lágrimas, mas rapidamente começam os gritos e aplausos, perdoando rapidamente Kyra por não ter conseguido terminar o tema.

Seguem-se duas músicas com a participação do rapper MindTrigger (que também é baterista na banda do Kyra), “Revira a Volta” e “Contra-Relógio”. E, depois de um solo bombástico do baterista, o concerto entrou na sua recta final com “Tempestade”. Terminando depois com o “Syllaba”, que o público cantou do início ao fim. Seguem-se os agradecimentos, os aplausos, e as memórias de um concerto que tão cedo não será esquecido.

Depois da apresentação da mixtape seguiu-se a After Party, que durou até ás 6h, e contou com os DJ’s Off Lero, Clemente e Yung Mosse.

Kyra (Know Your Rap Alignment), com apenas 18 anos já conta com duas mixtapes lançadas (“Apollo 13” e “Tenebris”), e promete não ficar por aqui. Talento existe, que venha o reconhecimento!

Foto-galeria para ver aqui.

Texto: Leandro Peleja
Fotografia: Marta Dias e Fábio Peleja

Maldiny G entre o “despertar e gerir de talentos”

No passado dia 12, no Instituto Superior de Gestão (ISG), deu-se a palestra “Despertar e Gerir Talentos”. A ocasião é de pompa e circunstância. De fatos e gravatas, são vários os convidados que discursam, neste dia tão importante para a turma de 3º. Ano de Gestão de Recursos Humanos (Alunos responsáveis pela organização do evento). Entre os convidados estão a directora de recursos humanos da Rádio Renascença, o ex-Vice Presidente do Sporting, e outros ilustres nomes. O público era tanto que nem houve cadeiras para sentar todos. Muitos ficaram de pé, e outros nem conseguiram entrar. As palestras foram várias, e todas elas diferentes. Umas tão chatas, que só se via o público a levantar-se das cadeiras. E outras tão empolgantes, que até faziam o público vibrar na cadeira. E assim foi, durante um dia inteiro (O evento começou perto das 9h e acabou por volta das 17h30).

Mas o ponto alto do dia foi, sem dúvida, quando o rapper Maldiny G interrompeu o evento para passar a sua mensagem. Cantou para o público o seu novo single “Talento”, que ainda não está disponível em nenhuma plataforma online. De fato e gravata, como os demais, ele cantou e encantou o público que vibrou com a actuação. O seu objectivo, ao aparecer sem o típico fato-treino (que nos confessou usar regularmente), foi passar a mensagem e não a imagem. E no fundo é isso. Rap não é estilo. Rap é mensagem. E nesse dia a mensagem foi talento. Tal como disseste no refrão da música que apresentaste, “eu sei que, um dia, vais vencer e orgulhar a tua família”.  

O rapper angolano de 25 anos começou a cantar com apenas 16 anos e, nestes 9 anos de carreira, lançou 2 mixtapes e 1 E.P.. Confesso que não o conhecia, nem nunca tinha ouvido falar nele. Mas a música fica no ouvido. E eu confesso que fiquei o resto do dia a cantarolar o refrão: “Eu acredito no talento”. E a verdade é que acredito! Devíamos todos acreditar…