By Hip-Hop Rádio
/ 2 Fevereiro, 2021 2 Fevereiro, 2021
Após “Não sei se…“, SP Deville está de volta com um novo som. “Bairro Alto de São Roque” é um tema dedicado aos momentos inesquecíveis que o artista viveu.
Uma produção própria que conta com Impuzzle no piano e com Maicon Blackson nas strings. O final do tema ainda conta com um snippet de áudio do Documentário “Bairro Alto 500 anos” do Arquivo Municipal de Lisboa.
A nova música faz parte do álbum Bairro Alto de São Roque e está disponível no YouTube e no Spotify.
By Hip-Hop Rádio
/ 30 Dezembro, 2020 30 Dezembro, 2020
2020 tentou deixar-nos um sabor amargo, mas felizmente tivemos vários elixires para enfrentarmos este ano com outro gosto. Esta é uma seleção interna da equipa Hip Hop Rádio. Dezenas de trabalhos passaram pelas nossas emissões, foram anunciados pela nossa redação. Elegemos apenas cinco, cientes da subjetividade que a arte acarreta: cinco álbuns que se destacam e marcam o ano, de uma forma ou outra, com todo o espaço para dúvidas. Obrigado por mais um ano sintonizados na única rádio nacional de hip-hop.
“A Vida Dos Felizes” – Nastyfactor
O álbum de estreia de Nastyfactor é uma “obra completa, dotada de escrita crua e intimista, e de beats cativantes, para ouvir com atenção”, apontou Beatriz Freitas assim que o álbum viu a luz do dia. O artista “leva-nos numa viagem autobiográfica, com paragens de cariz altamente confessional, em faixas como “Skit“, “Cinzento” e “Velocidade Cruzeiro”, onde se podem ouvir sentidos desabafos e confissões”. Num ano que nos deixa várias marcas, Nastyfactor estreia o seu primeiro álbum e aponta cruamente o preço a pagar para viver em plena “Vida Dos Felizes”.
“Gota D´Espaço” – Toy Toy T-Rex
“Boas vibes (…) um estado de espírito alegre (…) versatilidade”. É assim que adjetiva Carina Ferreira o EP de oito temas (totalmente a solo) de Tóy-Tóy T-Rex, numa crítica publicada em setembro deste ano. “Gota d’Espaço” antecipa o álbum “Cor d’ Água”, previsto para 2021, mas não cumpre distância de segurança. Temas como Mau Tempo ou Tinoni ameçam tornar-se ex libris do artista e o dinâmic o conjunto de canções, divagando, sem saber muito bem o seu lugar entre o trap, o drill, o r&b, pelo espaço e pelo oceano da inspiração artística de Tóy-Tóy T-Rex.
“Raiashoping” – David Bruno
“David Bruno é um artista português que ama o seu país e a sua cultura, com todas as virtudes e imperfeições que lhe são inerentes”. Ninguém melhor que o próprio para estas descrições. “David Bruno é o alter-ego, e ao mesmo tempo, o nome de dB”. E falamos de quem é dB para compreendermos o seu percurso, brindado, este ano, com “Raiashopping”, o seu terceiro álbum – com a continuidade da linha sonora de “Miramar Confindencial” e do storytelling peculiar com que as suas harmonias nos acariciam. Inspirado nas terras raianas da Beira Alta e Trás os Montes, este vídeo-álbum, recheado de “momentos”, é, nas palavras do músico, “uma homenagem ao Portugal dos cafés com cheirinho, das adegas, das lendas, dos emigrantes, das nacionais esburacadas, do presunto, das tainadas, das avózinhas e dos campeões que bebem minis no café em tronco nu nos dias de calor abrasador.” Há portugalidade além de David Bruno; há outra atrás.
“Sinceramente Porto” – Keso
Apollo Brown (e companhia) tinha “Sincerely Detroit”, Keso (e companhia) tem “Sinceramente Porto”, um compilação assente na “identidade do rap portuense”, totalmente produzida pelo Original Marginal, que convidou 35 mc’s e DJ’s da capital do Norte para um tributo à cidade. São 27 faixas, organizadas por ordem de lançamento, com contributos de peso de artistas como Ace, $TAG ONE, Pibxis, Mundo Segundo, Riça, Puro L ou Deau. E é indiscutível a sonoridade: vem com selo de Invicta. Agora Paga-lhe o Quarto.
“System” – Profjam & benji price
“Imortais” – mesmo sem Think Music no caminho. O sistema montado por Profjam e benji price senta-se no banco dos réus para se declarar culpado. O crime? Invasão de propriedade. É um sistema sem fronteiras: não são apenas os flows e as cadências muito características da dupla que o ditam, é o origami dobrado sobre a música portuguesa que os dois artistas elevam um pouco mais a cada colaboração. São onze temas com instrumentais de benji price – a continuação de um percurso de sucesso e a renovação de um sistema que não precisa de luz ou escuridão depois de montado.
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/ 10 Dezembro, 2020 10 Dezembro, 2020
O Festival First Steps – Digital Edition, será realizado nos dias 19 e 20 de dezembro, com workshops, debates e competições online. No primeiro dia podes participar em seis formações artísticas online nas áreas da dança, música e arte urbana. Cada formação terá a duração de 60 minutos e o preço de 10€ por participante, inscreve-te através deste formulário de inscrição.
No dia 20 de dezembro podes assistir à semifinal e final das seis competições: Top Styles, Breaking, Graffiti, Beatbox, Djing e Mcing. O vencedor deste último vai ter a sua música a passar na Hip Hop Rádio, parceira do evento este ano.
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/ 29 Setembro, 2020 29 Setembro, 2020
DJ Preservation dá-nos os binóculos e leva-nos até ao miradouro onde podemos apreciar a Ásia Oriental em I-78 / Capillaries.
Enquanto rebuscou por um pilha de vinil em Hong Kong, o DJ e Produtor Nova Iorquino foi artesanando instrumentais e nesta faixa convida o enigmático rapper da bandana Haitiana que nos agracia com versos tão sujos quanto os discos de onde foram retiradas as cordas e teclas desta faixa.
Entre a China e Chinatown, ambos os artistas caminham por estes dois mundos de forma confortável e, mais importante do que isso, preservam um pedaço desta cultura que tão engenhosamente DJ Preservation ligou ao rap.
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/ 22 Setembro, 2020 22 Setembro, 2020
Saigon usa The Middle Finger Song para se despedir de todos os que não estão do seu lado.
Com um “Fuck You” a servir de mote neste instrumental produzido por STREETRUNNER, o rapper de Brooklyn usa este grito de mal-estar para enumerar todos aqueles que sentem necessidade de manchar o seu nome ou o seu psicológico. Assumindo uma quase atitude de David contra Golias, o MC consegue colocar todos os que nomeia numa posição comprometedora mas com versos que não contêm uma pitada de mau gosto, apenas factos que vão ecoar em muitas salas.
No meio de versos provocadores e outros diretos do âmago da sua vida íntima, Saigon está focado em provar o valor dos seus ideais, tudo isto com uma destreza tal que parece simples correr palavras por uma faixa desta maneira.
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/ 10 Março, 2020 26 Fevereiro, 2021
No dia 29 de fevereiro, na Central Gerador no Lumiar, juntámos os rappers Sir Scratch, Tóy Tóy T-Rex e xtinto para um debate acerca dos seus primeiros passos no hip-hop. Nesta conversa descobrimos qual foi o seu primeiro contacto com a cultura hip-hop, as suas influências, dificuldados ao longo do percurso e, ainda, o que os motivou a seguir este rumo.
Sir Scratch tem dois álbuns nas ruas: “Cinema” lançado em 2005 e “Em nosso nome” lançado em 2013. Atualmente é também membro do painel do Três Pancadas da TV Chelas, um programa de entrevistas em que, juntamente com Sam the Kid e João Moura, debatem diversos assuntos com artistas da cultura hip-hop.
Tóy Tóy T-Rex é um rapper angolano a residir na Linha de Sintra. É membro do coletivo Máfia 73 e a solo já lançou projetos como “Meu Espaço”, “Rexpect”, “Hangar-11”, “11-se” e “Chá de Camomila” em 2018.
xtinto estreou-se em 2015 com Dez na mixtape “Odisseia” e começou a sua jornada a solo com o tema “Opus Magnum” produzido por Osémio Boémio. Em 2019, lançou pela Think Music o seu primeiro EP “inacabado” em conjunto com o Benji Price e “Ventre”, uma compilação de singles já lançados.
Fínix MG apresentou ontem o seu mais recente trabalho “Robert Johnson” numa noite de trap mas também composta por outros ritmos característicos do artista. Rkeat aqueceu a pista dando depois lugar ao rapper da Think Music que se fez acompanhar com Benji Price nas backs e teve ainda alguns convidados como prettieboy johnson e sippinpurpp. Vários membros da label como Xtinto estiveram também presentes num Musicbox que encheu e vibrou com todos os temas principalmente com “Awesome” que fechou a atuação com chave de ouro.
Fica aqui com a foto-galeria do concerto pela lente de Inês Pereira.
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/ 16 Fevereiro, 2020 16 Fevereiro, 2020
Nota-se quando um artista está no auge da sua carreira. Plutónio, com os seus 34 anos, está… mas só talvez. Talvez, porque depois do concerto da passada sexta-feira, no Coliseu de Lisboa, algo é certo: Plutónio que por cá anda desde 2013 tem ainda muito para dar. Um sucesso que se fez com sangue, lágrimas e suor e que promete não parar por aqui. Hoje todos conhecem o rapper do Bairro da Cruz Vermelha. Por Daniel Pereira | Fotografia por Beatriz Dias
Com um Coliseu de Lisboa lotado, não se esperava menos do que um evento especial. A primeira parte ficou a cargo de F.Milly que conseguiu as primeiras mãos no ar, numa atuação de cerca de 30 minutos. Depois acendeu-se uma tela gigante com um emocionante vídeo com vários testemunhos que explicam um pouco do caminho até ao dia deste concerto. Introdução perfeita para o primeiro tema da noite: “3AM“. A tela deu lugar a um cenário meticulosamente bem construído: paredes com graffitis, um café, um prédio deteriorado, ténis pendurados em cabos elétricos, onde não existiu qualquer vergonha em voltar às origens, mostrar o bairro, neste caso o bairro da Cruz Vermelha. Esta foi uma das mais valias do concerto e ainda nem começámos a falar de música. Plutónio entra então em palco para o primeiro tema e a partir daí seguem-se hits como “Mesmo Sítio“, “Prada” e “Lucy” que coloca todo o coliseu a cantar o refrão. Antes do tema “1 de abril“, Plutónio agradece a todos por terem escolhido passar o dia 14 de fevereiro com ele, o que, para nós, foi sem dúvida um bom plano para o dia de São Valentim.
O primeiro convidado foi Lord XIII que cantou com Plutónio o tema “Paycheck” que tinha saído apenas um dia antes do concerto. O rapper voltou depois atrás no tempo com “Não Vales Nada“, “África Minha“, “Filhos do Guetto” que contou com atuação de Kosmo e um dos seus primeiros e maiores hits: “Última Vez“, que proporcionou um momento de nostalgia para todos os presentes.
O álbum “Sacrifícios: Sangue, Lágrimas e Suor” voltou depois com “Estrelas“, um dos momentos mais bonitos e melódicos do concerto em que todos os telemóveis e isqueiros se acenderam sem qualquer pedido. Temas como “Não Tou Nem Aí“, “Conversas“, “Dramas & Dilemas” e “Vergonha na Cara” (contou com o surgimento de Pedro Teixeira da Mota em palco não podiam, claro, faltar. Pelo meio nota ainda para a atuação de Dengaz em “O que é que tem” e Mishlawi e Richie Campbell em “Rain” que mostra bem a importância que a Bridgetown tem para Plutónio. “Eu podia dizer muita coisa mas vou simplesmente não dizer nada, boa noite” – foi assim que Richie Campbell abandonou o palco, emocionado e extasiado com todo o feedback que o público estava a dar naquela noite.
O concerto de Plutónio podia muito bem ter terminado com “Somos Iguais” dada a emoção que o público e por público entenda-se, literalmente, todo o coliseu, que cantou este tema, quase não deixando espaço para se ouvir o rapper. No entanto este foi o último tema antes do encore que contou com o emotivo “Francisca” tocado ao som de um violoncelo, “Meu Deus” e o estrondoso hit “Cafeína” que levou todos à apoteose, fechando assim com chave de ouro.
“Se vocês estiverem a sentir 1/3 do que eu estou a sentir agora, então estão a ter uma noite do c*ralho!” – disse Plutónio a determinada altura do concerto. E, todos sentiram, de certeza. A verdade é que ainda só estamos em fevereiro, mas este é já um dos melhores concertos de 2020.
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/ 26 Dezembro, 2019 26 Fevereiro, 2021
No sábado, pelas 19h30, a Hip Hop Rádio junta à conversa o rapper e produtor Nasty Factor, membro do coletivo GROGNation, o rapper NGA e Nuno Varela, fundador da plataforma Hip Hop Sou Eu e de iniciativas como a Liga KnockOut, para um debate sobre os últimos dez anos do hip-hop em Portugal, onde serão destacados os projetos e artistas que marcaram a cultura.
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/ 16 Novembro, 2019 16 Novembro, 2019
Blu Samu atuou ontem no Musicbox. Com novo EP lançado precisamente no dia anterior, a rapper luso-descendente veio desde a Bélgica até ao Cais do Sodré para dar um grande concerto. Num Estilo, ritmo e performance nada uniformes, Blu transportou todos para uma viagem intensa com caminhos que só ela consegue trilhar. Uma artista em ascensão, um dos nomes a ter em conta já e nos próximos tempos.
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/ 29 Outubro, 2019 29 Outubro, 2019
Já está disponível no nosso canal de YouTube a primeira edição do programa HIP HOP RÁDIO AO VIVO.
Aberto ao público e inserido no cartaz do Festival Trampolim do Gerador, teve como tema “Regressos no Hip-Hop”. O painel foi composto por José Mariño, Keso e Maze numa emissão conduzida por Carolina Franco.
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/ 28 Outubro, 2019 26 Fevereiro, 2021
Regressar onde fomos felizes nem sempre faz sentido, mas aqui estiveram reunidos três casos em que esse regresso não só faz sentido como é quase necessário. Esta conversa pôs lado a lado José Mariño, que regressou à rádio para fazer um raio-x ao rap tuga, Keso, que revisitou “O Revólver entre as Flores” para o reeditar em vinil e Maze que voltou à estrada com os Dealema. Esta conversa integrou a programação do Trampolim Gerador, um festival com mais de 50 momentos culturais gratuitos, no Lumiar, em Lisboa.
José Mariño iniciou o seu percurso como radialista no Correio da Manhã Rádio, mas foi na Antena 3 que abriu caminho a nomes que se viriam a eternizar na história do rap tuga, com o seu programa Repto. A voz que se ouve em “Retrospectiva de um amor profundo” de Sam the Kid, quando Sam eterniza a sua primeira vez na Antena 3, regressou este ano à rádio com A Teoria da Evolução, um programa em que viaja entre o passado e o presente do Hip Hop e leva à Antena 1 vozes que compõem e enquadram o rap em Portugal.
Keso lançou “O Revólver entre as Flores” em 2011, um disco que se seguiu ao “Raios Te Partam” (2003), com que se estreou, e antecedeu “KSX2016” (2016), o terceiro e último disco até agora. Este ano o rapper do Porto reeditou “O Revólver entre as Flores”, que lançou primeiro através de um leilão na sua conta do Instagram e, entretanto, já apresentou no Plano B, no Porto. A edição em vinil de “O Revólver entre as Flores” foi produzida pela Circus Network e pela Paga-lhe o Quarto.
Maze é membro do grupo icónico de Gaia, Dealema. Após um regresso anunciado e feitas as honras em Lisboa, no Festival Iminente, e no Porto, no Hard Club, os Dealema regressam ao panorama do rap com uma reedição de “Dealema” (2003) que esteve à venda apenas no concerto na mítica sala de espetáculos do Porto. Depois de apresentarem “Alvorada da Alma” (2013), Mundo, Maze, Fuse, Expeão e DJ Guze estiveram afastados para recolher impressões do mundo e compor a solo, mas regressam tão fortes quanto antes.