Hip Hop Rádio

Bruno Fidalgo de Sousa

Antigamente fazia "a contagem diária dos cigarros que restam dentro do maço". Hoje fumo de enrolar.

xtinto tem novo single: “Android”

“Android” é o novo single de xtinto, sucessor de “Marfim” e “Ébano” (2020), com produção a cargo do já habitual benji price e de Naife. O tema foi publicado no em primeira mão no Spotify do artista e é o seu primeiro tema a solo de 2021, depois das colaborações com João Tamura, Beiro e Pedra em “Ovelha Negra” e com Biya em “Esquema“. Os seus últimos trabalhos remontam a 2019 (EP’s Ventre e Inacabado). Já o videoclip tem o selo de Billy Verdasca e Steven Ferreira.

Chelas é o Sítio, Chelas é o berço

Os fãs reconhecem de imediato o nome do coletivo: “Chelas é o Sítio“, canta, desde 2001, Sam The Kid. A partir de hoje, Chelas é também o berço de uma nova associação sem fins lucrativos que pretende contribuir e dinamizar o bairro lisboeta. A cultura, a música ou o desporto, com ideais de sustentabilidade e inclusividade, são algumas das bandeiras de Chelas é o Sítio.

A associação foi apresentada esta quinta-feira com a inauguração de um mural de Alexandre Farto (Vhils). À cabeça do projeto estão os nomes de Sam the Kid, Nuno Varela (Hip Hop Sou Eu), Adriano Finuras (Associação Torre Laranja), Ricardo Gomes (Masterfoot) ou Zé Silva (Chelas Cuts), mas Chelas é Sítio conta não só com quem ali habita, como quem visita o bairro. “A nossa energia está direcionada para contribuir e dinamizar o nosso sítio geográfico e a nossa identidade que é Chelas”, explicou Sam the Kid à Agência Lusa. É com bairrismo e vontade que o coletivo se disponibiliza a encontrar novas soluções, com destaque para a intervenção no espaço público, com mais espaços verdes, mais equipamento urbano, desporto incluso, mais educação e ciência nas escolas e através da organização de workshops.

“Hoje assentamos a primeira pedra”, anunciou Vhils ao completar o mural localizado à entrada da “Capital de Lisboa“. Já Sam the Kid pretende “(…) dar uma imagem justa a Chelas”, relembrando as mudanças que o tempo se encarregou de levar ao bairro de Marvila (nomeadamente a substituição do nome dos bairros I, J, N ou M – e até mesmo os movimentos a favor da mudança de nome do bairro em 2020, conflito ao qual o rapper, cuja atividade cívica é uma constante, veementemente se opôs).

Chelas é o Sítio conta com o apoio autárquico da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Marvila, assim como outras instituições associadas à cultura, à música e ao setor social e comercial do bairro.

PABLO HÁSEL: QUANDO O HIP-HOP É CRIME

O silêncio português tem sido ensurdecedor. Em Portugal, a detenção de um neonazi russo, há algumas semanas, levou a centenas de manchetes – já a condenação a Pablo Hásel, MC do nosso país vizinho, não despertou o interesse dos media. As várias plataformas de esquerda reagiram, mas a única notícia nos principais orgãos de comunicação social sobre o caso espanhol foi dada pela Sábado. O que nos diz este silêncio? O que nos mostra essa decisão do Supremo Tribunal espanhol? Hip-hop não é crime. Mas a justiça espanhola parece, mais uma vez, querer criminalizá-lo. Depois do caso de Valtònyc (2018) ou da identificação dos membros do grupo Adebán por cantarem “Arriba, abajo, mandaremos al rey al carajo”, um rapper do outro lado da Ibéria é condenado a nove meses e um dia de prisão pelo teor das suas letras (e tweets). Mas Pablo resiste. Pois a resistência da sua expressão artística tem sido sempre a sua maior arma.

Pablo Hásel tinha até às 20 horas da última sexta-feira para se entregar. Não o fez. “Exilado” na Universidade de Lleida, na Catalunha, aguarda a sua iminente prisão. O seu caso tem gerado manifestações (e inclusive uma possível revisão penal). Um manifesto, assinado por mais de 200 artistas espanhóis (onde se incluem o famigerado realizador Pedro Almodovár, Javier Bardem ou Joan Manuel Serrat) defende a liberdade do MC catalão. Em Portugal, as palavras de solidariedade partem, principalmente, dos movimentos socialistas – Pablo Hásel é militante comunista e não o pretende esconder. A sua música é o bastião da sua liberdade. Seria impossível traçar qualquer paralelismo com a realidade do hip-hop nacional, mas não é isso que pretendo com esta crónica. Às horas a que as minhas palavras serão publicadas, as palavras de Hásel ainda ecoam – e ecoarão – pelas ruas do país com o maior número de presos políticos da União Europeia. Onde a liberdade de Pablo é condicionada pela Coroa bafienta.

“Qué legitimidad tiene el heredero de Franco que en juergas y putas nuestra pasta está tirando”; “No me da pena tu tiro en la nuca, pepero, me da pena el que muere en una patera.; “Mi hermano entra en la sede del PP gritando ¡Gora ETA! A mí no me venden el cuento de quiénes son los malos, sólo pienso en matarlos”

Versos como estes (e 64 mensagens nas redes sociais) foram declarados como “injúrias à monarquia e à polícia, incitadores de violência e enaltecedores do terrorismo”. Comparações e acusações deste calibre já levaram, por exemplo, ao exílio belga de Valtònyc e, em 2014 e 2018, a penas suspensas ao mesmo MC que, hoje, se vê em risco de prisão. Pablo Hásel não pretende fugir do país. Espera que o vão “sequestrar”, como o próprio afirma. Resiste. O povo com ele. E levanta questões que não se podem ignorar, como os media nacionais bem tentam. Pode o hip-hop ser crime? Pode qualquer expressão artística ser condenada em tribunal? Pode um regime dito democrático silenciar os seus opositores pela via legal? Quantos rappers mais serão julgados pelo Supremo Tribunal espanhol e, encarcerados ou em fuga, continuarem a resistir – ou a calar-se para sempre?

A minha solidariedade está com todos os que usam a sua expressão artística como forma de crítica, resistência ou militância. Pablo Hásel é mais uma vítima do fracasso que é o sistema penal espanhol. Pablo Hásel é mais uma vítima do silêncio ensurdecedor da Europa – democraticamente falível, condenavelmente cega. A sua prisão é uma lâmina de dois gumes, o precedente para legalmente fazer cair “a espada de Dâmocles que paira sobre a cabeça de todas as figuras públicas que ousem criticar publicamente a atuação de alguma das instituições do Estado”, como se lê no manifesto em sua defesa. Enquanto Pablo espera o seu “sequestro”, permite-se, em Madrid, uma concentração nazi. O branqueamento do fascismo começa em Franco e continua quando a extrema-direita se senta no parlamento. E quem se opõe, como prova o caso de Hásel, passará a ter medo de exercer a sua liberdade. Ou a continuar resistindo.

Pablo Hásel será preso pelas letras das suas músicas e pelas palavras dos seus tweets. O confronto perante as injustiças, perante a classe dominante, perante as instituições falhadas do Estado, será sempre um dos ex-libris de um género irreverente, onde a palavra pesa mais do que a pena, onde a arte cumpre o seu papel de resistência. Hip-hop não é crime. Crime é e será o silenciamento de quem o canta, perante a omnipotência de uma democracia em ruínas, perante “un ataque contra nuestras libertades”.

“feeling like m muncho” une sandrini e mizzy miles

“Feeling Like M Muncho” é o quinte single de Sandrini, o primeiro com produção de Mizzy Miles. Sucede a “Moon” no portefólio do MC do Barreiro e ambos partilham a realização de Blurd e a engenharia de som dos Estúdios Santa Catarina. Neste tema colaboram ainda GOIAS (guitarra) e Rodrigo Balona na produção de vídeo.

blink regressa com “construct”

Chega com nova plataforma: após um hiato de seis anos, BLINK retorna à música a solo com “Construct”. O vídeo e a mistura são de Iuri Policarpo, o master de Ricardo Crespo e o beat com o selo de COBRA.

Há seis anos, BLINK começou a ganhar o seu espaço no rap através das battles da Liga Knockout. Em 2020, colabora com ZA em Nestea, precipitando a confirmação: “Construct”, onde rima a solo, está disponível no Spotify e no YouTube.

xtinto e billy verdasca juntos em “TAQUICARDIA”

Xtinto partilhou no SoundCloud uma nova faixa, ao lado de billy verdasca. A parceria já é antiga – o nome do videógrafo é rotineiro nos créditos dos temas do MC de Ourém. Desta vez, sem vídeo, foi billy a produzir o beat (e a artwork) para “TAQUICARDIA”, onde podemos ouvir xtinto rimar numa sonoridade mais experimental (registo a que nos tem habituado nas suas parcerias com VULTO.)

ZA e BLINK juntos em “Nestea”

“Nestea” é o quarto tema solto de ZA em 2020, o primeiro a unir o MC do Cacém à rapper BLINK.

O instrumental é de Benihana e a engenharia de som ficou a cargo de NastyFactor. O videoclip tem o selo de Shotzhunter.

“Gota D’Espaço”: novo EP de Tóy Tóy T-Rex antecipa “Cor D’Água”

São oito temas totalmente a solo, depois de singles colaborativos como “Tempo” ou “Só Eu Sei” se tornarem sucessos: Tóy Tóy T-Rex disponibilizou nas plataformas o seu EP “Gota D’Água”, que vem antecipar o seu próximo álbum de originais, a ser lançado em 2021, “Cor D’Água”.

Já com selo da Universal Music, este EP conta ainda com produções de Jayrewind, Beatsbyarum, Asthonmccreight, Sleh e do próprio T-Rex. O artista disponibilizou posteriormente os videoclips dos singles “Mau Tempo” e “Duvidava“.

“Gota D’Água” sucede ao EP “Chá de Camomila“, de 2019.

As faixas da nossa terra

Giovani Rodrigues, Cláudia Simões, Bruno Candé Marques. Vítimas do racismo sistémico e institucional em Portugal – só em 2020. Seres humanos assassinados e brutalizados pela sua cor de pele. Pessoas que viveram – e morreram – por uma realidade incontornável que aflige qualquer país com passado colonial: o racismo, esse bafiento estandarte da eugenia, da discriminação, da repulsa. É inegável a sua vigência: há dois dias, na principal avenida de Moscavide, em plena luz do dia, Bruno Candé Marques foi assassinado, baleado. O autor dos disparos não se escusou de lhe dizer: “volta para a tua terra”.

Na verdade, Bruno Candé nunca saiu da sua terra. Bruno Candé tinha a sua terra sob os pés. A mesma terra onde, por mais de vinte anos, se tem cantado contra o mesmo status quo racista que faz perdurar o preconceito, o desprezo, e a luta. No hip-hop, recordamos instantaneamente o homicídio de Snake MC. Se olharmos de cima, são vários os casos de racismo que, todos os meses, incendeiam as redes sociais. E vários foram os MC’s que dedicaram as suas vozes e os seus instrumentos à luta anti-racista, de Chullage a Allen Halloween, General D a Tekilla, NGA a NBC – que nos relembrou hoje d’”A Dor Que Fica”. O rap nacional muitas vezes procurou rimar sobre as injustiças sociais e desabafar sobre a criminalização e marginalização da comunidade afrodescendente – hoje, como ontem, como amanhã, é um bom dia para recordar o que nos dizem os músicos que, todos os dias, sentem também eles a injustiça perpetuada por séculos de colonização.

NBC

A Dor Que Fica (2020)
“O teu coração parou
Foi levado por um tiro de alguém que nunca amou
O teu coração parou, deitado numa rua com uma manta, como fazes aos teus filhos
Com beijos e carinhos como um pai tem
Com beijos e carinhos que um pai tem”

Tekilla x Filipa Azevedo x Jakson D'alva

Arrepio (2020)
“Até quando esta luta?
Que sentido é que isto faz?
Junta tanta gente aqui e nada de novo traz
(…)
Aos anos que sonho com o brilho da igualdade, uma verdade que pouco revelo,
Filho de mãe solteira, criou seis filhos,
Pai morto, com treze tiros

Prétu x Lowrasta

Waters (pa nu poi koraji) (2019)
“Não quero mais ouvir que é certo
Viver nesta linha que deus escreveu torta
Morrer à nascença, nascer com a sentença,
de quem pensa que a minha vida não importa
(…)
Minha raça quer faça não faça, é carne para caça, que se assa, não importa
Minha raça se não levanta uma taça, não dança devassa, então não importa
Minha raça se não lava, não passa, não carrega massa, então não importa
É só um corpo que naufraga um corpo que se afoga”
 

PERIGO PÚBLICO x SICKONCE x Edna Oliveira

Rosa Parks (2019)
Das sanzalas às barracas, cidades foram tomadas
Meu povo dança para vingar para as chibatadas
Isto é arte pela arte, cultura pela cultura
Nem pretos nem brancos, nós somos pela mistura
(…)
E mesmo que nos calem a caravana não abranda
Até fazer o mesmo que o Luaty fez na banda
Wakanda agora é meu mantra, o espírito é Marielle
Porque a raça de um homem não se vê na cor da pele”
 

NGA x MadKutz x David Cruz

Se Me Tivesses Dito (2019)
“Eu sou filho de uma, neto dum, nigga eu sou Bantus
Sou um dos sobreviventes das guerras de Moçambique
Que nas veias corre sangue dos oprimidos pela PIDE
Sou o preto que na Europa atura polícias racistas
(…)
Compro um bocado de terra, na terra mãe
Lembra que é na terra mãe que a gente enterra a mãe”

Bob da Rage Sense

Nunca Estiveste na Minha Pele (2009) 
“A tentar encontrar um lugar, neste mundo, a que pertença
Se for agradecer, bro, a minha lista é extensa
Fui muito bem recebido por uns, obrigado
Mas sinto que a cada degrau ultrapassado
Mais sou invejado, estupidamente difamado,
desde quando um preto chega a ser branqueado?
Saí dum guetto e vi para outro guetto inocente
Só se fosse doente é que desprezaria a minha gente”

Valete

Subúrbios (2006) 
“Porque nos subúrbios o sol levanta sempre mais cedo
É um povo escravizado nesta sociedade de extremos
Trabalham 2 vezes mais e ganham 2 vezes menos
(…)
Negros dos subúrbios são sempre vistos como gente a mais
Para as discotecas africanas eles são pretos demais
São 22 horas ainda há gente no trabalho
Porque para os suburbanos a lua levanta sempre mais tarde”

Allen Halloween

Raportagem (2006) 
“Discursos enfeitados iludem a maioria
Desculpabilizam fracassos perseguindo minorias
(…)
Homem africano, nato, desempregado
Um indivíduo considerado um inimigo do estado”

Chullage

Dedicatória (2001)

“Quantos brothers já passaram pelo banco dos réus?
Quantos só encontraram a paz o descanso nos céus?
Quantos a policia filou, como se eles fossem troféus, e escondeu a verdade como falsas virgens escondem a cara atrás de véus?
Quantos foram atirados para fora das naus,
quantos foram castigados com chicotes, pedras e paus,
se querem que eu diga,
foram tantos que eu já esqueci,
por isso dedico isto aqueles a quem nunca foi feito um minuto de silêncio por si”

General D

Portukkkal (1994)
Talvez eu não venda
Talvez eu não seja
A luta continua Luther King que me proteja
(…)

 

aqui é Portukkkal
erro ou país
coisa de raíz”

Dez temas de partilha, frustração, revolta. Histórias de guetização, brutalidade policial, preconceito enraízado. Através da música, milhares de MC’s portugueses reveleram, revelam, destacam e confrontam o racismo, a xenofobia, a marginalização das minorias. De NBC, em 2020, a General D, em 1994, de 94 a séculos antes, de 2020 a um futuro incerto.

Como Snake, como todos “aqueles a quem nunca foi feito um minuto de silêncio por si”, Bruno Candé não morreu na sua terra. Bruno Candé foi assassinado na sua terra. 

PuroOuvinte – “Odisseia”, DEZ & xtinto

“Nesta Odisseia não parte um, partem dois”, e partiram, “beat tape no bote, mix feita no spot“, “pastéis de bacalhau com salsa”. DEZ e xtinto eram newcomers do rap nacional quando, em 2016, disponibilizaram Odisseia, mixtape que estreia os dois MC’s de Ourém nas edições digitais, sob a orientação de benji price, fundador da extinta Andromeda Records. Seguiram-se posteriormente alguns temas soltos, mas Odisseia revelar-se-ia a primeira pedra a alicerçar a ainda curta carreira dos dois rappers que, sobre beats da net, delinearam uma viagem “hiphopcondríaca”, digna de Ulisses (ou de Odisseu), onde as rimas de DEZ e de xtinto se vão enlaçando a seu bem-prazer, alternando entre os refrões cativantes e os diálagos samplados que destacam o realismo e a crueza da mixtape, apoiados pelas rimas de Fella, Split ou pelas dezasseis barras (“escondidas”) de benji price em “Psicotrópicos”. Temas como “Íntimo” ou “4’33 à John Cage” alcançaram certa popularidade, mas nada que se compare a singles mais recentes. Ainda assim, “Odisseia” é uma obra fundamental para entender o percurso – e a evolução – de DEZ e xtinto, rappers que a cada dia se afirmam um pouco mais no futuro (e presente) do rap nacional. O pen game da dupla lima-se em aliterações e jogos de palavras, sem nunca se perder no flow ou na dicção. É uma viagem agradável, com o vigor das rimas compreensivelmente a sobrepor-se à base instrumental. Uma Odisseia de rap que, numa reviravolta da História, chegou primeira que a Ilíada de DEZ e xtinto. E “os pastéis de bacalhau ‘tavam muito bons”.

PuroOuvinte – “Livro Aberto”, Deau

“Será que um dia alguém também vai chamar por mim/ e vou ouvir gritar o meu nome atrás da cortina?/ este era o sonho que eu tinha quando estava aí/ só mais um menino a cantar na primeira fila”, são os quatros versos que iniciam o segundo álbum do MC portuense Deau, “Livro Aberto”, sucessor de “Retiessências” (2012), três anos depois. O álbum teve o seu mediatismo, principalmente com os singles “Diz-me Só”, com Bezegol, “Andorinha” e a balada “Rainha de Bugiganga”, com a belíssima voz da Ana Lu e, ainda que as novas faixas que o rapper tem disponibilizado tenham elevado a fasquia, continua a ser o opus magnum da obra de Deau. O storytelling, as analogias e parábolas, com o rap “guerrilheiro”, quase motivacional, de um lado; o rap dedicado, de testemunho e desabafo, do outro, perfeitamente encaixados, unidos pelo flow arrastado do MC. É um álbum conceptual, que gira em torno da sua vicissitude, das suas histórias e, de tal forma, é ao mesmo tempo um testemunho da exigência diária do rap, do trabalho, da família, da vida. Uma obra para motivar todos os que, da “primeira fila”, sonham com o palco.