A viagem louca de Lon3r Johny mandou o Coliseu abaixo.
Após vários projetos de sucesso, “A Nave Vai em Tour”, “Vida Rockstar”, “ANTI$$OCIAL”, “LONDON LP”, singles galardoados, concertos esgotados e vários shows de norte a sul, foi a vez do Coliseu virar recreio com o culto de “lokos”. Foi a primeira vez de Lon3r em nome próprio numa das salas mais icónicas do país, e o artista fez questão de proporcionar uma noite memorável para todos os que marcaram presença. Em torno da frontline, foram várias as vezes em que os fãs abriram espaço para desfrutar de faixas como “Porche Turbo”,“GT3″ ou “MVP”, num moshpit composto por vários fãs que usufruíram o concerto no meio de loucura e exaltação.
Como não poderia deixar de ser, Lon3r Johny entregou uma performance intensa que percorreu toda a sua trajetória musical. Do início ao fim, o artista levou o público numa autêntica viagem, desde os seus “hits” clássicos, que fizeram lembrar os bons tempos da Think Music, até aos sons mais recentes, que consolidaram o seu lugar no panorama do Hip-Hop nacional. Com um alinhamento bem construído e uma entrega genuína, foi capaz de equilibrar nostalgia e inovação, o que acabou por culminar num espetáculo único. Um dos momentos altos da noite foi a presença de convidados especiais, os fãs ansiavam pela presença de ProfJam e a loucura instalou-se quando o mesmo subiu ao palco para cantar algumas faixas do “LONDON LP”, tais como “WINNER”, “0044” e “DINAMITE”.
Outras faixas compostas pelos dois artistas, como “DAMN/SKY” ou “HALLYWUD”, também mereciam uma performance em conjunto, mas não foi o caso. A energia estava no topo, mas para o recinto ir abaixo faltava apenas a presença do homem que esgotou duas datas no MEO Arena. E assim foi, Plutonio e Lon3r entregaram uma performance especial, com o público a cantar cada verso em uníssono – este momento não só reforçou a química entre os dois rappers, como também destacou a importância deste projeto no panorama do Hip-Hop Nacional.
Este concerto no Coliseu dos Recreios não só celebrou a trajetória de Lon3r Johny, como também reforçou a sua posição de destaque no cenário nacional. A noite de 14 de março de 2025 ficará, sem dúvida, marcada na memória de todos os que tiveram o privilégio de assistir a este show único.
Esta é uma daquelas atuações que sentimos que são únicas.
Digo isto não apenas pela qualidade inequívoca do artista em questão, mas também por tudo o que rodeou o concerto.
Estamos a falar de uma quinta-feira, às 21h30, horário que para muitos pareceu estranho mas que cedo se revelou o momento ideal para este momento único.
Sem desvalorizar a arte do DJing, mas Branko é mais do que um DJ, é produtor, compositor e podia muito bem ser MC, na medida em que se revelou um excelente Mestre de cerimónias. Acompanhado por Ola Ruth e Danilo Lopes, num espetáculo pensado ao detalhe pelo próprio e pela Arruada, rapidamente todos se esqueceram do mundo lá fora, e entraram a pés juntos no mundo multicultural de Branko.
A “Nova Lisboa” na realidade sempre existiu, apenas precisava ser descoberta e Branko teve essa audácia. Este novo álbum tocado no Coliseu, é, em todos os sentidos, uma SOMA a um repertório cheio de sonoridades distintas, distantes, mas que unem.
Esta musicalidade (em que o hip-hop está sempre muito presente) surgiu na passada quinta-feira, claro está, com Branko, mas também com artistas convidados como Carlão, Dino D’Santiago ou June Freedom, e houve algo em comum entre todas as pessoas que pisaram aquele palco: a alegria enorme de poder estar ali, em comunhão, que contagiou mais e mais o público.
Mas o público também contagiou Branko, e é por isso que a determinada altura desta atuação, os decks passaram para uma mesa no meio do público, fazendo lembrar os palcos mais pequenos (apenas em tamanho) do início de carreira do artista.
Se soubermos de onde viemos, sabemos para onde vamos, e Branko parte mais uma vez para a descoberta, desta Nova Lisboa, levando uma tripulação cada vez maior.
Mais que um marco de uma carreira, este foi um concerto, para ele e para nós, de afirmação, absorção e mais do que nunca, necessário.
João Maia Ferreira apresenta “O Lobo Um Dia Irá Comer A Lua”
Mais do que o estilo musical, o que sempre me soou melhor foi a diversidade.
Para mim um artista atinge o seu auge quando tem a coragem de se reinventar, de se aproximar da sua realidade, do que é no seu íntimo.
João Maia Ferreira teve várias fases na sua carreira e penso que é unânime falarmos nele como um dos nomes mais reais na nossa cultura Hip-Hop. Nome esse que até mudou (antigamente era benji price, o seu eu super-herói rapper, como já afirmou), assinando agora com o seu nome próprio o novo álbum “O Lobo Um Dia Irá Comer A Lua”.
Em plena noite de lua cheia, apresentou este seu mais recente trabalho no B.Leza.
Percorrendo faixa a faixa, não de forma linear tal como o seu percurso felizmente também nunca o foi, cada momento tornou-se singular num concerto que cedo se mostrou único.
Houve lugar para dançar em “Titã”, abanar o capacete com o rock de “Credo”, sentir um hit instantâneo com “Impala” ou ficar in love com “Nenúfar”. São várias as personalidades musicais e todas elas preenchem João Maia Ferreira.
Esta mudança musical foi acompanhada pelos seus: a palco trouxe Mike El Nite, Alex D’alva Teixeira, xtinto e João Não. Os restantes convidados do álbum não puderam estar presentes e João, mais uma vez despido de qualquer preconceito, revelou que os motivos para tal eram “porque está a trabalhar” ou “porque está doente”, entre outros. Realmente, para quê esconder o que é tão normal na vida de cada um de nós?
João Maia Ferreira sempre foi um artista cheio de novos começos e acredito que foi também por isso que o concerto terminou com a primeira faixa do álbum “Ser Como Sou”, vincando ainda mais esta sua mudança musical.
Mas terá sido mesmo uma mudança ou um encontro consigo próprio? Na realidade não interessa, o João só sabe ser como é, e ainda bem.
JÁ SÃO CONHECIDOS OS VENCEDORES DA 6.ª EDIÇÃO DOS PLAY – PRÉMIOS DA MÚSICA PORTUGUESA
No dia 16 de maio foram revelados os 14 vencedores, de entre 50 artistas nomeados, da 6.ª edição dos PLAY – Prémios da Música Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios, ficando a gala ainda marcada pelas muito aguardadas sete atuações musicais — duas com cante alentejano e uma com tecnologia 5G — e por um momento de improviso ao piano protagonizado pelo maestro Victorino D’Almeida.
Slow J foi o artista que arrecadou mais distinções nesta cerimónia: Melhor Artista Masculino, votado pela Academia (um feito já conseguido em 2020) e Prémio da Crítica, atribuído pela imprensa ao seu álbum “Afro Fado”. O hip-hop continuou a dar cartas no evento e somou mais dois galardões, com LEO2745 a ser o escolhido para Artista Revelação e T-Rex para Melhor Álbum com “COR D’ÁGUA”.
Ainda no que toca a álbuns, o fadista Ricardo Ribeiro viu o seu “Terra que Vale o Céu” ser reconhecido como Melhor Álbum Fado; “LAMENTOS” valeu ao pianista António Pinho Vargas o Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita e o trabalho “Chromosome”, do baterista Mário Costa, foi coroado como Melhor Álbum Jazz.
Pelo segundo ano consecutivo, os Calema foram agraciados com o Prémio Melhor Grupo, tendo também o seu nome associado, ainda que de forma indireta, a outro primeiro lugar. Apresentada na gala do ano passado, “Maria Joana” — de Nuno Ribeiro, Calema e Mariza — foi nesta edição eleita Vodafone Canção do Ano, a única categoria decidida pelo público (nas redes sociais PLAY e na App My Vodafone) e que agora bateu records, com 39 709 votos, um aumento de quase 50% em relação a 2023.
E foi precisamente a vencedora da Vodafone Canção do Ano 2022, Bárbara Bandeira — com “Onde Vais” — que agora conquistou o seu segundo prémio PLAY: Melhor Artista Feminina. Quem também bisou na gala foi o realizador André Caniços, recebendo, desta vez com Pedro Mafama, o Melhor Videoclipe, por “Estrada”, sendo que em 2022 ganhou na mesma categoria com Ana Moura, por “Andorinhas”.
Pelo primeiro ano a concurso e com forte adesão a nível de submissão de candidaturas, o Prémio Música Ligeira e Popular foi entregue ao grupo Sons do Minho pelo tema “Recomeçar”, uma mensagem de celebração da vida. Por outro lado, “Tá Ok” foi a música que garantiu ao funk dos brasileiros DENNIS, MC Kevin o Chris o passaporte para o Prémio Lusofonia.
Já o Prémio Carreira foi concedido ao maestro Victorino D’Almeida pelos seus mais de 70 anos dedicados à composição e à divulgação da música clássica. A habitual homenagem desta categoria contou com um vídeo de retrospetiva da vida pessoal e do percurso profissional desta figura emblemática e ainda com uma atuação improvisada do próprio ao piano. O troféu foi entregue pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
Além do anúncio dos vencedores das 14 categorias, as atuações musicais entre vários artistas também são consideradas momentos-chave do certame. Como era expectável, as sete performances desta edição — com direção artística de Cifrão — fizeram, como é costume, o público vibrar, mercê do cruzamento de diferentes abordagens, linguagens e estilos como pop, rock, r&b, fado, jazz e hip-hop.
De frisar que, pela primeira vez na história dos PLAY, o cante alentejano — classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2014 — subiu ao palco e em dose dupla: Pedro Mafama & Grupo Coral Paz e Unidade de Alcáçovas e La Família Gitana apresentaram “Sem Ti” (novo single lançado há cerca de um mês) e os D.A.M.A & Buba Espinho com Mike11 e os Bandidos do Cante interpretaram o tema “Casa”.
Também abrilhantaram a noite artistas que já criaram trabalhos conjuntos, tais como: Diogo Piçarra & Pedro Abrunhosa com o medley entre “Tudo o que te dou” e “Amor de Ferro”; Murta & Diana Lima, com “Tu Sabes”; SYRO & Bispo, com “Brutos Diamantes”; e ainda o projeto Duas Vozes Quatro Mãos (de Camané & Ricardo Ribeiro com João Paulo Esteves da Silva & Mário Laginha) com “Fama de Alfama” e “Saudades Trago Comigo”.
Além destas seis atuações, o Momento Vodafone também surpreendeu, como acontece desde que foi criado. Paralelamente às câmaras de televisão a filmarem em direto no tradicional formato horizontal, JÜRA entrou em cena com um smartphone e gravou 100% na vertical a sua performance — um medley composto pelo seu repertório “Coração”, “Milagre” e “Avidadá” —, exibindo imagens únicas do palco, de si e do público.
Os (tel)espectadores puderam, assim, assistir a um espetáculo inédito, dado que garantiu alternância de formatos e maior proximidade aos presentes na sala. O sucesso tecnológico, que é extensível a outras áreas de atividade, ficou a dever-se à máxima estabilidade, qualidade e velocidade da rede 5G da Vodafone, a qual permitiu a ligação do telemóvel em tempo real à régie para transmissão ao vivo.
Como sempre a gala foi conduzida por Filomena Cautela — sendo que neste ano fez dupla com Inês Lopes Gonçalves (com quem já tinha trabalhado nas duas primeiras edições) — e transmitida em direto pela RTP1, RTP África, RTP Internacional, RTP Play e Antena1. As entrevistas aos convidados na passadeira vermelha estiveram a cargo dos repórteres digitais Alexandre Guimarães e Catarina Moreira.
Os PLAY — Prémios da Música Portuguesa são promovidos pela Audiogest, que gere e representa os direitos das editoras multinacionais, nacionais e independentes, e ainda pela GDA, entidade que gere os direitos dos artistas, intérpretes e executantes. Todos os processos de candidaturas, nomeações e seleção de vencedores — os quais podem envolver Academia (235 profissionais ligados à música), comités especializados, jornalistas e público —, por questões de transparência, são auditados pela PwC.
Criados em 2019 com o objetivo de celebrar e promover o talento e a carreira dos artistas portugueses e lusófonos, os Prémios PLAY são atualmente a grande festa da música nacional, contribuindo também para o desenvolvimento cultural e económico do país. Pela 6.ª vez consecutiva, a Vodafone foi o principal patrocinador, apoiando a música nacional no seu todo e em particular na categoria Vodafone Canção do Ano e no Momento Vodafone.
LISTA COMPLETA DOS VENCEDORES DOS PLAY – PRÉMIOS DA MÚSICA PORTUGUESA 2024
VODAFONE CANÇÃO DO ANO
“Maria Joana” — Nuno Ribeiro, Calema, Mariza
MELHOR GRUPO
Calema
MELHOR ÁLBUM
“COR D’ÁGUA” — T-Rex
MELHOR ARTISTA FEMININA
Bárbara Bandeira
MELHOR ARTISTA MASCULINO
Slow J
MELHOR ÁLBUM FADO
“Terra que Vale o Céu” — Ricardo Ribeiro
ARTISTA REVELAÇÃO
LEO2745
MELHOR VIDEOCLIPE
“Estrada” — Pedro Mafama, realizado por André Caniços
MELHOR ÁLBUM JAZZ
“Chromosome” — Mário Costa
PRÉMIO LUSOFONIA
“Tá OK” — DENNIS, MC Kevin o Chris
MELHOR ÁLBUM DE MÚSICA CLÁSSICA E ERUDITA
“LAMENTOS” — António Pinho Vargas
PRÉMIO MÚSICA LIGEIRA E POPULAR
“Recomeçar” — Sons do Minho
PRÉMIO DA CRÍTICA
“Afro Fado” — Slow J
PRÉMIO CARREIRA
Maestro António Victorino D’Almeida
Queríamos deixar um agradecimento especial em nome de toda a equipa da Hip-Hop Rádio pelo convite na escolha dos vencedores desta edição.
Votos de muito sucesso e que a música portuguesa seja cada vez mais valorizada!
Estávamos entre “The Free Food Tape” e “The Art of Slowing Down” e o espaço era coincidentemente (ou não) o parque das nações. Acontecia o Super Bock Super Rock e o dia era histórico: Kendrick Lamar atuava no MEO Arena.
Mas, no 3º palco, lá fora, atuava o que na altura era um newcomer, e para mim este dia também seria histórico porque tinha visto, logo ali, o quão grande Slow J se iria tornar.
Senti muita coisa nesse dia, vi o mítico concerto de Kendrick Lamar mas o “pequeno” concerto que tinha visto antes não me saía da cabeça.
“Será que um dia vamos ter um rapper português a atuar na maior sala do país?” – era a pergunta que surgiu vezes sem conta na minha mente.
Porque na nossa cultura urbana também existem artistas únicos. Slow J sempre teve algo especial, musicalmente e não só. Existem pessoas e artistas que têm energias próprias e ele está nessa fina seleção: transmite sensações que por vezes não conseguimos compreender.
Naturalmente, essa raridade artística criou a ascensão desde sempre anunciada: passados 8 anos Slow J esgotou, em nome próprio, o MEO Arena, duas vezes.
E nada mudou, é o mesmo J de sempre. Claro que muita música nova foi lançada ao longo dos anos mas a essência continua lá:
Um artista completo com a intemporalidade de “Vida Boa”, a calmaria de “Cristalina”, a caneta afiada de “Fogo”, o sentimento de “Também Sonhar”, o sucesso astronómico de “Imagina”, e podia continuar ao longo de toda a discografia pois cada faixa é única.
Também, um artista que não esquece os seus e os leva ao longo do caminho. Estas duas datas não teriam sido a mesma coisa sem a comunhão e respeito recíprocos em palco com eu.clides (abriu sabiamente o concerto), Papillon, Goias, Ivandro, Richie Campbell, Teresa Salgueiros e principalmente Gson.
Slow J não termina sozinho o seu concerto histórico no MEO Arena. Fá-lo com duas faixas em conjunto com Gson, quase como que numa passagem de testemunho para os próximos grandes momentos no Hip-Hop tuga.
A realidade é que quando o Hip-Hop é unido, será sempre grande.
40.000 pessoas viram estes concertos.
Em 2016 poucos conheciam Slow J, em 2024 todos os conhecem. E ainda bem.
Sejamos humildes o suficiente para assumir que os artistas quando são de todos, não deixam de ser nossos.
O mês de março começou da melhor para a ‘seventy-five crew’ – diretamente da Madorna, o Dillaz veio com a turma toda para pisar pela primeira vez em nome próprio o palco do Coliseu dos Recreios.
Cedo se fez encher a mítica sala lisboeta para ouvir um dos nomes mais sonantes do Hip-Hop nacional. A fazer jus à grandeza do nome, o rapper natural do Zambujeiro, outorgou precisamente aquilo que o público esperava – um verdadeiro espetáculo do início ao fim. Batiam as 21:10 no relógio e já se ouviam gritos por aqui e acolá a pedirem a chegada do mais requisitado da noite e assim foi: com uma tela gigante no palco a apresentar um ‘visual’ ao som da faixa Gangsta. Lá fora fazia frio, mas dentro do recinto o clima estava bem quente e assim foram recebidos os milhares de fãs que marcaram presença no Coliseu, ao som de ‘O Clima’, que designou o início de uma noite memorável.
Em termos de performance, o Dillaz mostrou ser um artista muito completo em cima do palco e correspondeu à elevada fasquia, naquela que era a sua estreia no Coliseu dos Recreios. Em sons agressivos não hesitava em saltar e puxar pelo público, em músicas mais tranquilas sabia bem quando deixar o “microfone” para a plateia e nas faixas que contaram com a participação de outros artistas, o Dillaz fez bem o seu trabalho de “speaker” ao apresentar os artistas em questão; não esquecendo as várias vezes em que apelou a fortes aplausos para a banda que fez um trabalho excecional desde a bateria à guitarra, passando também pelo conjunto vocal.
Se por um lado, o Dillaz teve uma exibição ‘impec’, por outro, há que falar no trabalho excecional do seu ‘hype man’, Zeca75 – que do início até à despedida vibrou e assistiu o Sr. André Chapelas aka Dillaz quando ele mais precisou. Não esquecendo as faixas onde o Zeca aparece como feat, como por exemplo no som ‘Pula ou Levas Bléu’, que simplesmente mandou o Coliseu abaixo com aquele refrão icónico. Atrás não ficou a faixa “Qualquer Feira”, do mais recente álbum, onde para além do Zeca há também a participação do Tiwi – os três juntos, com uma química e uma métrica própria da Madorna, fizeram do coliseu um recreio e mostraram como se dá um show.
Por falar em feats, é importante referir os grandes artistas que marcaram presença neste marco importante na carreira de Dillaz. O primeiro a entrar em palco e a domar a plateia só podia ser o homem, Don Gula, que entrou e arrasou ao som de ‘Wake N’ Bake’; caso para dizer que para ‘O da Vila’ os anos passam, mas a classe permanece. Outro dos momentos da noite foi protagonizado pela atuação de Bárbara Bandeira num dos grandes hits do álbum ‘Finda’, Carro feat. Dillaz – a presença feminina fez-se ouvir durante todo o concerto, mas especialmente nesta faixa onde o Coliseu se juntou para cantar em uníssono. As novas colaborações do álbum também vieram em peso e primeiro, para adoçar o clima, o Julinho KSD trouxe uma aura digna de um clima de verão e a plateia balançou na vibe certa, caso para dizer: Nota 100. Nesta altura do concerto já tinham sido várias as presenças no palco, mas Dillaz guardou o melhor para o fim e Plutonio atendeu a chamada – juntar o útil ao agradável, juntar o mágico e o notável, juntar dois grandes artistas no mesmo palco, no mesmo som só podia dar certo, e deu. Depois da participação do Dillaz na música ‘Runnin’ do álbum ‘Histórias da Minha Life’, Plutonio e Dillaz voltaram a juntar-se, após 11 anos, ambos já com um outro estatuto dentro do panorama do Hip-Hop nacional, para a faixa ‘Alô’. A plateia vibrou imenso, não deixou a chamada em espera e no fim só se pedia “mais uma”, e Dillaz, igual a si próprio, tinha de fechar a loja com um dos melhores sons do Hip-Hop ‘Tuga’ – ‘Mo Boy’, foi assim que a ‘seventy-five crew’ se despediu, onde Dillaz quase nem precisou de cantar, todos sabiam-na de cor.
Um dos factos mais impressionantes desta noite foi precisamente a forma como o público lidou com as novas músicas do álbum, ‘O Próprio’. Houve uma gestão de timing e espaço de tempo por parte do Dillaz e de toda a sua equipa, que é de louvar – entre a data de lançamento do álbum e a data de concerto, foram 14 dias, algo que bastou para percebermos que se trata de um projeto de tremenda qualidade e que tem todos os ingredientes reunidos para ser um dos melhores álbuns do ano. No concerto, Dillaz atuou músicas como ‘Hello’ e ‘Colãs’, que já saíram há mais tempo; ‘Habibi’, ‘Alô’, ‘Nota 100’ etc… a verdade é que em todas elas o público correspondeu. Quanto à despedida, todos os intervenientes pisaram o palco uma última vez, para dar a vénia a quem merece.
By Bruno Marques
/ 15 Novembro, 2023 16 Novembro, 2023
O festival mais bonito do outono lisboeta está de regresso nos dias 24 e 25 de novembro.
O Super Bock Em Stock traz alguma da melhor música do momento distribuída pelos vários palcos espalhados pela Avenida da Liberdade e pela Baixa de Lisboa. Neste festival a paisagem urbana da capital entrelaça-se com a melhor música do momento numa experiência verdadeiramente inesquecível.
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Foi no passado dia 21 de outubro que o fenómeno do Hip-Hop espanhol, Morad, regressou a Lisboa para dar, novamente, um espetáculo memorável para os seus fãs portugueses. Mas, desta feita, num Coliseu dos Recreios completamente esgotado e ao rubro para ver o rapper de Barcelona, que já tinha causado grande furor aquando da sua vinda a Portugal para o NOS Alive 2023.
Se ainda havia dúvidas de se o sucesso dos últimos quatro anos de Morad em Espanha, também se tinha estendido ao nosso país, então todas as dúvidas acabaram com este enérgico espetáculo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Morad chegou com tudo a Portugal, no início da sua “Eurotour”, e não podia ter sido de outra forma para poder estar ao nível dos seus fãs que o aclamaram efusivamente toda a noite.
Com concerto marcado para as 21h, às 20h a fila para o Coliseu já era bastante extensa e, quando finalmente, dentro da mítica sala de espetáculos lisboeta, se fecharam as luzes para se “bailar” ao som dos principais hits do rap, trap e drill de Morad, já todos os espetadores gritavam em uníssono pelo rapper, que veio do Hospitalet de Llobregat com um orgulho tremendo de poder voltar a atuar para os seus fãs “vizinhos”.
Ao longo de 1h30m, Morad presenteou os seus fãs com um pouco de tudo: os seus principais sucessos que o fizeram “explodir” por volta de 2020 e 2021 como “Yo No Voy”, “Motorola”, “Soñar” ou “Quando Ella Sale”; bem como sucessos mais recentes como “Mama Me Dice” e faixas do seu mais recente álbum Reinsertado (2023) como “Se Grita”. Foi uma verdadeira “viagem” por toda a carreira do rapper, mas fosse qual fosse o som, o público sabia as letras todas de cor e cantavam junto com Morad de forma efusiva deixando-o muitas vezes boquiaberto.
Morad foi retribuindo também todo o carinho e energia positiva que ia recebendo da parte dos portugueses, colocando, por exemplo, a bandeira portuguesa à sua volta enquanto cantava “Normal”, e cantando até de propósito uma música que não gosta muito de tocar ao vivo, mas que o fez por saber que os portugueses gostam muito dessa música.
Sempre muito interativo com o público, Morad teve ainda a audácia, de iniciar um debate futebolístico com o público do Coliseu, antes de começar a tocar a famosa “Como Están”, sobre qual era o melhor clube em Portugal e, sobretudo, qual era o melhor futebolista do mundo. Quanto a isso, apesar dos esforços portugueses para glorificar Cristiano Ronaldo naquele debate, entre CR7, Messi e Mbappé, a escolha do rapper espanhol, de origens marroquinas, recai sempre, pois claro, sobre o seu amigo da seleção marroquina, Achraf Hakimi.
Foi, portanto, um espetáculo que teve um pouco de tudo, uma energia vibrante e contagiante, momentos mais sentimentais, um pouco de humor à mistura também mas, sobretudo, a certeza de que Morad faz jus a toda a aura e carisma que transmite com as suas músicas e videoclips e, quando rodeado dos fãs corretos, transforma-se num grande artista de palco também.
Vado Más Ki Ás está de volta aos lançamentos com o novo EP “Mercúrio” em conjunto com Gang MKA, já disponível em todas as plataformas digitais. Tinham sido já desvendados dois singles de avanço deste novo trabalho, “Sereia” e “Novinha”, acompanhados de dois videoclipes, rodados em Cabo Verde e agora chega finalmente o tão aguardado novo trabalho de estúdio de Vado Más Ki Ás.
O artista e rapper, oriundo do Bairro 6 de Maio, na Amadora respondeu a algumas questões:
HHR: No teu último álbum “Processo” falas de “Magia” e de “Química”. A ideia de criar um projeto com um nome de planeta surgiu em que altura?
Surgiu depois de fazer o Ep , ja tinha as músicas todas feitas e estava a procura de algo que fizesse sentido pra nós estava em conversa com meu irmão tukaz e disse de repente “Mercúrio “ muito natural ! Assim que apareceu o nome do Ep !
HHR: Foi um parto rápido ou já escondias “Mercúrio” há muito tempo na gaveta?
Não, foi um Projeto feito muito breve.
HHR:Temas de amor, de superação e de festa . Qual foi para ti a música mais difícil de fazer?
O tema mais dificil foi mesmo o Mercurio porque foi o último tema que tivemos a quebrar mais cabeça em termos de liricas e escrita e melodias!
HHR: A ideia da capa do álbum foi algo natural ou demorou a chegar ao produto que vimos hoje?
Foi rapido quero deixar um agradecimento especial ao mano Richard pela capa e pela arte e pela forma como apresentou a capa e a idea do mano Rafael duarte a limar as arestas que faltavam e deu num bom resultado.
HHR: Qual foi a importância de Cabo Verde no nascimento deste EP?
O sereia e um dos temas que retrata a beleza da mulher cabo verdiana que tanto admiro e falo nesse tema , Cabo verde tem muita importância no Ep porque além da lingua criola que estamos a cantar estamos a realçar o conhecimento que adquirimos da nossa linda Ilha maravilha .
HHR: Se pudesses revisitar uma sessão de estúdio de uma música qual seria e porquê?
Na música “Chefe” falas de várias rotinas que fizeram também parte de “Pedrinha”, quais são os ingredientes necessários para criar uma música com tanto ritmo?
Muita energia e muita emoção e muito amor em tudo que a gente deposita .
“A minha felicidade é ver um final feliz”, verso da música que dá nome ao EP. Que sentimentos te traz lançares este projeto tão especial?
Para mim e como celebrar os meus anos ou nascer ce um novo filho .
HHR: Hoje vemos um Vado a pisar Mercúrio. Já pensas em como será a tua versão quando pisares o Sol?
O brilho nasce em nós entao acho que tudo é possível ja chegamos ao mercúrio com esta viagem longa e sinto que temos longa caminhada ate la chegar mas nao e algo impossível basta acreditar que a arte nos leva a viagem nos sonhos sem limite .
Caso ainda não tenhas ouvido o EP aproveita para ouvir !
Festivaleiro.. ATENÇÂO! A 13ª edição do Sumol Summer Fest realiza-se no Parque de Campismo do Inatel, mesmo ao lado da Praia de São João na Costa da Caparica!
É esperado que esta seja a nova nova morada do festival nos próximos anos! O que estás à espera para fazer a festa? Garante a tua entrada nesta nova versão do festival aqui