Hip Hop Rádio

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L.E.V. e outras atuações em primeira mão com a Primeira Linha

O aniversário da Primeira Linha contou com a apresentação do álbum L.E.V. em primeira mão, mas já lá vamos.

A noite começou comMacaia. O Music Box ainda não estava cheio, mas rapidamente a voz que ecoava por toda a sala apelou ao coração daqueles que se amontoaram para ver o concerto. Macaia, um dos artistas da Primeira Linha, revelou-se uma das melhores atuações da noite. O estilo soul que o caracteriza encheu a alma de quem lá esteve.

Ainda assim, no final da atuação, afirmou que aquilo era apenas um warm up. Estava certo, pois, de seguida, Praso de livre e espontânea vontade soltou a voz que muitos reconhecem pelos concertos de Alcool Club.

Desta vez, Praso veio apresentar o seu mais recente projeto a solo. Atrás de si, estava Richard Beats a apoiar o artista com uma sonoridade impecável. E, como não há nada melhor que um palco cheio, subiram ao palco vários artistas que colaboram e contribuíram para este álbum.  

O público estava a o rubro, a festa já tinha começado, mas faltava ainda a dupla brasileira que terminou a noite em grande. Em todo o lado se viam brasileiros e portugueses juntos e alguns estrangeiros perdidos que rapidamente adotaram o Music Box, como segunda casa.

Os aplausos faziam-se soar e a estreia BK e Sain não podia ter corrido melhor. O ritmo que inundou a sala de espetáculos fez com que até quem não sabia dançar experimentasse abanar um pouco o corpo.

A noite findou, certamente, com um sentimento de objetivo cumprido não só para os artistas como também para quem lá esteve. Parabéns à Primeira Linha e a quem fez a festa.

Texto por Marta Laranjeira.

Podem ver também a foto-galeria completa por Rodrigo Santos aqui

Dissecação | Cálculo

Filho da D. Ana e do Daniel, Hugo Martins veio mudar o panorama do Hip Hop nacional. Sob o pseudónimo de Cálculo, o barcelense entrou no mundo da música há cerca de uma década, como produtor e rapper. É um apaixonado pela vida, pelo seu encantoe veio para ficar.

Conta que a sua paixão pela música começou no secundário, um amor louco dos 14, doença sem cura (Razão, A Zul). A verdade é que o puto cresce e virou um génio (Estrelas, Tour Quesa) com já dois álbuns produzidos e escritos por si mesmo.

O primeiro trabalho que lançou, em 2010, foi um vídeo amador com uma máquina emprestada (Hugo, A Zul), intitulado de Bem-vindo à Selva. O single seria constituinte do álbum Rimas Equacionadas que contava com mais de 20 temas mas que, até hoje, não foi publicado. Teve a oportunidade, porém, de atuar no festival Milhões em Festa, no RedBull City Gang, em 2011.

Em 2015, o seu primeiro álbum nasce, composto por 12 temas. A Zul foi pensado e lançado em Londres, apoiado na saudade da Tuga, e contou com a participação de SimpLe em várias faixas, para quem Cálculo já tinha produzido o álbum Parece Fácil Mas Não É – porque quando se trata de Cálculo, não é fácil, mas parece. (Razão, Tour Quesa)

É em A Zul, então, que Cálculo demonstra a sua essência musical: muito boom bap, muitos anos noventa (Hugo, A Zul). A escrita é simples e espontânea e nos beats lá do arco-da-velha (Hugo, A Zul) sobressaem os drums e o baixo: exemplo de ritmo e poesia em perfeita sintonia (A Zul, A Zul). Esta constância de estilo é, aliás, perpetuada no seu segundo disco.

No período entre ambos, em agosto de 2017, Cálculo publica ‘Quekspassa’, um tema solto em que afirma: farto desse rap tuga, vim fazer um rap novo. E até aproveita para fazer uma profecia: Queres ver o rei do rap, espera um ano e vou mostrar o que o meu álbum fez num ano.

A verdade é que, um ano depois, Cálculo apresentou-se nos maiores palcos de Hip Hop português, tocou em festivais e vendeu centenas de discos. Em pouco tempo, transformou-se no talento escondido que agora reina (Não Paro, Tour Quesa). Já não é possível falar em rap nacional, sem mencionar o seu nome.

Tour Quesa é, por sua vez, lançado em 2018, dando continuidade à preferência dos tons de azul do músico. O primeiro single publicado é Salvar o Mundo, logo após a assinatura de Cálculo com a editora Kimahera. O álbum conta com várias participações, incluindo as de Ace, Cuss, Harold e Macaia. Os temas passam pela sua ligação com a música (Q.A.M.A), pelo amor (Vem) e até pela crítica da situação portuguesa do Hip Hop (Bala), e da presença do típico poeta que é uma nódoa sem uma obra que fale (Bala, Tour Quesa).

A par destas produções, Cálculo deu início a um novo projeto em 2017. Bclnessashit, em parceria com membros do Quartel 469, veio valorizar o rap barcelense e a multimédia que o envolve.  A iniciativa inclui rappers como Relax e Mace e a sua criação é a prova de que cifrão nunca foi a motivação, é a diferença (Salvar o Mundo, Tour Quesa).

O novo single do artista foi lançado na primeira quinzena de fevereiro. Complicado é um featuring com Zim, produtor do clip da faixa, e uma confirmação de que se…

Queres falar de rap? Então nomeia o Cálculo! (Fogo, Tour Quesa)

Escrito por Ana Rita Félix

Apresentação de #ffffff: 1500 pessoas viveram as cores de Profjam

Depois de esgotar o Hardclub, Profjam repetiu o feito e esgotou o Capitólio semanas antes da data marcada. O resumo da noite por Daniel Pereira.

Data única em Lisboa. Ao contrário do que aconteceu no Porto, não houve dose dupla na capital para pena de, temos a certeza, muitos fãs que não tiveram oportunidade de comprar bilhete.

Quando chegámos à sala, o ambiente sentido corroborava o que disse anteriormente, estava prestes a acontecer algo muito especial e exclusivo.

Luzes em baixo e de repente uma voz dá a entender que Mário Cotrim está prestes a entrar em palco. Mais precisamente, “the professor” foi a expressão utilizada.

Acompanhado por Mike El Nite e Gui Drums, Profjam optou por “À Palavra” para iniciar o concerto. Escolha óbvio tendo em conta que esta é a primeira faixa da tracklist de #ffffff . Um início seguro que ganhou mais força com o tema que se seguiu: “Queq Queres” meteu todos a cuspir bué. Era noite de apresentação de álbum novo mas os trabalhos passados não foram esquecidos nem por Profjam nem pelo público.

Voltando a #ffffff, “Na minha” e “Na zona” foram as faixas que se seguiram, esta última roubando os primeiros passos de dança.

Profjam decidiu depois “Matar o Game” e agora era tempo para um “momento Xamã”, segundo palavras Mike El Nite que a seguir daria lugar a “Caveira”.

“Gwapo” trouxe a palco Yuzi num dos temas mais celebrados da noite… até então, pois o seguinte foi “Mortalhas” e instalou-se um autêntico riot.

Luzes baixam, Profjam sai de palco mas não é o final de concerto, apenas um interlúdio. “Todas as cores vivem dentro do ar” e todos tiveram uma pausa para recuperar o fôlego, incluindo Mário, que bem precisava, pois o que se seguia requeria descanso prévio.

Hino é a faixa de #ffffff mais rica em termos de lírica e é bom ver o quão bem funciona ao vivo, mesmo que Profjam seja o único da sala que consiga debitar todas as dicas.

Depois de Hino, seguiu-se mais um hino em plena ascensão. “À Vontade” trouxe a palco Fínix MG que, juntamente com Profjam, puseram todo o Capitólio a cantar o refrão. Faixa dedicada aos pais de Prof (a mãe estava presente) neste que foi um dos momentos mais bonitos do concerto.

Seguiu-se o hit “Eu Tou Bem” e com ele veio o momento mais inesperado da noite. Lhast atuou pela primeira vez ao vivo sem ser atrás dos pratos. O Refrão pertence-lhe e esteve bastante seguro numa tarefa que não lhe é habitual.

Nesta altura Mike El Nite dizia que “Este álbum elevou a fasquia no Hip-Hop Tuga”. Perante isto podíamos ir além-fronteiras e então fomos. “Malibú” é uma música capaz de meter qualquer club ao rubro e no Capitólio a vibe não foi diferente.

Numa fase final de concerto o primeiro single de #ffffff claramente não podia ficar de fora. “Água De Côco” deixou todos em apoteose e “Se calhar” finalizou, com todos a questionar o que vai na cabeça do líder da Think Music para fazer música tão boa.

“Eu nunca soube
Não posso ajudar
Vivo no sonho
Até alguém me acordar”

A realidade é que ninguém quer acordar Profjam, queremos todos continuar a sonhar com ele.

Fotogaleria por Alicia Gomes aqui.

Fotogaleria: Bezegol apresenta 7mm

O Hard Club fechou o mês de março com a apresentação de ‘’SETE Milímetros’’. Bezegol & Rude Bwoy Banda foram acompanhados em uníssono por uma plateia vibrante e multigeracional.

O concerto, que contou com faixas novas e sons mais antigos, celebrou a carreira do artista. O rapper DEAU, como seria de esperar, marcou também presença.

Galeria por Ana Rita Félix aqui.