Quase, quase a levitarem daqui, DJ Dadda e SleepyThePrince deixaram em Terra um projeto colaborativo.
Foi há cerca de um ano que o produtor da Bridgetown e o rapper da 608 Records se juntaram pela primeira vez. SLOWLY surgiu como faixa do álbum THE NINJA SPIRIT, da autoria de SleepyThePrince, em março do ano passado, e parece ter sido o ponto de partida de uma caminhada a dois pela escuridão. Inauguraram, no início do ano, o percurso colaborativo com o lançamento do single MIRROR, e antecederam o projeto na sua semana de estreia, com o tema DA ONE. Composto por 9 músicas, BLACKOUT é efeito do espírito de ninja com as batidas multifacetadas do DJ merecedor de tripla platina. Por trás do longa-duração, CRIPTA é o arquiteto da mixagem e masterização, e os nomes Magoo, Mcosta e Épico surgem na co-produção das músicas DA ONE, FLOW DA VIDA e LUXÚRIA, respetivamente.
A figura anónima de SleepyThePrince nunca deixou de se reconhecer nos versos, trazendo a sua sensibilidade estética aliada aos usuais temas de liberdade, sucesso e desenvolvimento pessoal, conduzidos na heterogeneidade dos flows. Parece haver sempre uma facilidade na adaptação por parte do artista luso-angolano. O rapaz que entrou na indústria musical como ghost writer, e que desde 2017 se tem apresentado com voz, não se cansa em demonstrar repetidamente que a sua vontade de progresso é gigante, levando já cinco álbuns e presença no projeto de estreia de Mizzy Miles, ao lado de Diogo Piçarra.
Esta energia e exaltação de ideias durante os 25 minutos de BLACKOUT, tendem a ser conduzidas nas estradas de Dadda de forma intensa, como em MIRROR, RESULTADOS e VAMPIRE, ou de forma mais melódica e suave, como se vê em VICIO e PARIS. Depois de Folie à Deux, ao lado de LORD XIV em 2023, e ter marcado presença em Carta de Alforria do rapper do bairro da Cruz Vermelha,o DJ e produtor da Bridgetown voltou a dar a cara com um projeto colaborativo. Todos esteticamente diversificados e frescos, os beats funcionam como rumo para a temática do álbum, fortalecendo os versos que lhes tocam.
No final, o álbum é a realização de variadas noções, onde os dois artistas encontraram a fonte de luz para se orientarem na escuridão. O apagão foi apenas a prova da claridade criativa da dupla.