“Na vida não há impossíveis”, já dizia Piruka… 2020 tem sido a prova disso.
Por Rita Carvalho | Fotografias de Beatriz Dias
Os Quatro Cantos do Hard Club continuam os mesmos, a realidade é que não. As mudanças foram notáveis: o convívio, que começa logo à sua porta, já não é uma possibilidade. Agora a fluidez acalma quando temos de tirar a temperatura antes de entrar no estabelecimento.
As 1000 almas que em tempos eram uma certeza estarem dentro da mítica sala 1 passaram a 200, a energia frenética de quem fica cansado de pé, passou a ter o seu lugar sentado… Sem tempo para Preliminares, porque o tempo estava contado, Piruka acomodou-se como se estivesse em família. E a minha pergunta é: não será mesmo onde muitos artistas se sentem em casa? Simples assim: um sofá e um candeeiro. Como se não houvesse mais nada entre nós.
Não vimos o Piruka que costumamos ver: ele bem queria, entusiasmado, demonstrando que precisava de descarregar energia. Mas não era possível. Entre temas atuais, do seu álbum antigo e do mais recente – Iluminado (que ainda está para sair) – lá foi entretendo os presentes que, por muito que fossem muito menos do que aquilo que se está a espera, em termos de sinergia foram inalcançáveis.
“Parece que estamos no Sudoeste“, dizia Piruka. “O Norte é raça” dizia Jimmy P que também esteve presente e nos envolveu com dois sons dele, não deixando de mostrar a gratidão que tem por André (ou Piruka, como lhe quiserem chamar). As realidades são diferentes, mas a emoção foi tão ou mais intensa do que num “ambiente normal”.
O concerto durou pouco, ainda não eram 23h quando acabou: o tempo estava contado e nem sequer houve espaço para “só mais uma”…. Sair do Hard Club sem ser de madrugada, suada, cansada e com a voz a tremer nem pareceu realidade. Mas é assim: 2020 é mesmo o ano da improbabilidade, não é? Há de chegar o dia que voltamos à realidade que gostamos, mas até lá, vamos sendo felizes assim. Obrigada André, obrigada por permitires isso.
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